Pavienge Engenharia recolhe máquinas e deixa credores no prejuízo no nordeste de Goiás

A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realizam, nesta quarta-feira (4/12), uma operação de busca e apreensão contra construtoras suspeitas de formação de cartel em contratos públicos e fraudes em licitações relacionadas à execução de obras e serviços de engenharia rodoviária.

Os valores homologados nas licitações analisadas totalizam quase R$ 9 bilhões.

O cartel teria ocorrido em contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Uma das empresas investigadas é a Pavienge Engenharia.

Mas este não é o único imbróglio envolvendo a Pavienge. Ela é a empreiteira contratada pelo Governo do Estado de Goiás para pavimentar a tão aguardada GO-447, que liga Monte Alegre de Goiás a Divinópolis de Goiás, obra há décadas sonhada pelas comunidades locais.

Com o fim das obras, a empreiteira começou a desmontar o acampamento no final de novembro passado e tem recolhido maquinários pesados, como tratores e rolos compressores.

Contudo, a empresa tem deixado um rastro de dívidas para trás, prejudicando diversas pessoas e empresas locais, que já não sabem como cobrar a Pavienge Engenharia. Entre os credores que amargam imensos prejuízos estão ferragistas, lojas de autopeças, cantinas, cafés, restaurantes — que forneceram refeições diárias —, e empresas que locaram caminhões e máquinas.

Para se ter ideia, uma empresa que executou serviços de drenagem (meio-fio, descida d’água, recuperação de áreas degradadas) tem valores a receber na ordem de R$ 600 mil reais.

Os credores afirmam que têm tentado contato com a empresa por telefone, e-mail e diretamente com encarregados, mas sem sucesso. Este Blog procurou a Pavienge Engenharia para que se posicionasse diante das reiteradas cobranças, mas, até o momento, ninguém se dispôs a comentar o caso. O espaço segue aberto para qualquer posicionamento da empreiteira.

Impacto nas pequenas empresas locais
Além dos danos financeiros, as dívidas deixadas pela Pavienge Engenharia estão afetando profundamente os pequenos empreendedores da região. Muitos desses negócios dependem exclusivamente da circulação de dinheiro gerada pela obra para manter suas atividades. Sem os pagamentos, proprietários têm enfrentado dificuldades para honrar compromissos básicos, como aluguel, salários de funcionários e compra de materiais. A situação ameaça não apenas a sobrevivência dessas empresas, mas também a economia local, que estava em crescimento com a promessa de desenvolvimento trazida pela pavimentação da GO-447.