Emocionado e honrado com a homenagem do Colégio Militar de Arraias (TO)
Ser homenageado em vida é uma dádiva; um reconhecimento que temos que valorizar.
Ser reconhecido e homenageado ao lado de grandes nomes da língua portuguesa (brasileiros), como Ariano Suassuna (drama), Monteiro Lobato (conto), Maurício de Souza (Cartum) e Rubem Braga (Conto) é emocionante e extremamente honrado.
Foram esses escritores e este jornalista (gêneros jornalísticos – reportagem) os personagens homenageados no “Projeto: leitura e escrita, do saber ao prazer de ler e escrever”, do Colégio Militar de Arraias, Colégio Jacy Alves de Barros, em Arraias (TO).
A culminância do projeto, com a coordenação da diretora geral do Colégio Militar, a sargento da PM Flávia Dayana Pereira, ocorreu nesta sexta-feira (8), com a presença de todos os professores, estudantes, familiares e convidados especiais.
É claro que, em uma homenagem desta magnitude, eu não poderia deixar de estar presente.
Abri o ciclo de palestras, com uma aula sobre gêneros jornalísticos, descrevendo as variedades dos textos escritos em jornais e sites e suas peculiaridades, como reportagens, notícias, artigos, crônicas, editoriais e textos literário jornalístico.
Disse que os jornais e revistas são de grande importância na era da informação; são meios de comunicação de massa, um produto de consumo e que os objetivos desses veículos são informar, entreter, apresentar uma interpretação competente sobre determinada informação.
E fiz uma rápida passagem aos estudantes sobre os diversos gêneros jornalísticos, eis alguns:
Sobre a “notícia”, informei que é o elemento fundamental de um jornal. Essa caracteriza-se por ser um relato dos fatos sem comentários nem interpretação.
Há uma fórmula para a estrutura da notícia: Q – Q – Q – O – C – PQ (o quê, quem, quando, onde, como, por quê), embora não haja uma ordem predeterminada , pois essa é estabelecida pelas circunstâncias que envolvem cada notícia.
Esse gênero trabalha com informações e apresenta a função referencial ou informativa da linguagem. De acordo com o caráter da informação há um tipo especial de sequências textuais.
– sequência narrativa: informação centrada numa mininarrativa, nessa o narrador tenta passar despercebido.
– sequência descritiva: informação centrada na apresentação do estado do fato.
– sequência explicativa: informação centrada na passagem de um conhecimento específico.
Sobre o editorial, lecionei que ele é um tipo de texto no qual o autor exprime o parecer do jornal acerca de determinado fato. É um texto dissertativo que tem como finalidade propagar a ideia da empresa. Apresenta ideias que evidenciam o ponto de vista escolhido pelo jornal a respeito da matéria em evidência.
E finalmente falei do tema escolhido pelo “Projeto”, a “reportagem”.
Aos alunos expliquei que a “reportagem” é uma modalidade de texto que pertence ao universo jornalístico cuja principal função é informar com dados, fatos, depoimentos e opiniões sobre um assunto.
Ela é considerada, de acordo com o dicionário de gêneros textuais, uma espécie de notícia mais longa acompanhada de diversos ingredientes críticos, que ampliam o caráter meramente informativo presente na notícia.
Sobre as características e estrutura da reportagem, nela pode aparecer em suporte impresso (jornais e revistas), digital (internet) ou mesmo audiovisual (televisão).
A reportagem, assim como os demais textos jornalísticos, apresenta uma linguagem clara, objetiva e direta.
O texto deve ser escrito em norma-padrão da língua portuguesa, visto que ele deve circular em veículos oficiais na mídia (impressa, digital, radiofônica ou televisiva).
O texto deve se constituir prioritariamente como um texto informativo.
No entanto, há alguns tipos que abrem espaço para opiniões (argumentos) ou mesmo exposições, mantendo a objetividade das informações apresentadas. Com relação à estrutura do texto reportagem, é comum que, em geral, ela seja apresentada da seguinte forma:
Título: é o nome do texto propriamente dito. Ele deve ser conciso e chamar a atenção do leitor. Nesse caso, é importante tomar cuidado com os chamados click bait, táticas que utilizam do sensacionalismo para atrair os leitores.
Sobre Lead (lide), trata-se do início do texto em que é necessário conter as informações essenciais sobre o conteúdo do texto.
Já no corpo do texto é onde serão colocadas as informações a serem discutidas pelo jornalista que assina a reportagem.
É válido lembrar que a reportagem pode trazer elementos mais subjetivos, com opiniões ancoradas em depoimentos, fatos históricos, dados estatísticos e demais elementos que o autor julgar necessário para validar seus argumentos.
É um gênero textual que consiste em expor, opinar ou interpretar fatos de maneira detalhada.
Por ser um texto jornalístico, ela deve apresentar linguagem clara e objetiva; uso da norma-padrão; e prevalência da informação na composição dos textos.
Do ponto de vista estrutural, organiza-se da seguinte forma: título, lead e corpo do texto.
Pode ser classificada em: expositiva, opinativa ou interpretativa.
Em suma, sua diferença em relação à notícia está na extensão. Ela é mais longa e, por isso, traz elementos que funcionam como suporte à informação, como os depoimentos, os fatos históricos e os dados.
Salas Temáticas
Outro momento muito emocionante e gratificante ocorreu nas visitas às salas temáticas.
Havia uma para cada homenageado.
Na sala de Monteiro Lobato, por exemplo, toda a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo estava presente, juntamente com as obras do autor em diversos suportes.
Já a Sala de Ariano Suassuna estava toda linda, decorada com objetos e obras do Movimento Armorial, como xilogravuras e literatura de cordel.
Em tempo, o Movimento Armorial foi fundado por Ariano Suassuna em 1970 e tinha a intenção de realizar uma arte autêntica brasileira baseada nas raízes populares do sertão do nordeste brasileiro.
Mas me emocionei de verdade ao entrar na sala sobre “Reportagens” e deparar-me com minhas fotografias, matérias do Blog, editoriais, homenagens nossas à gente da terra, tudo ladeado com decorações artísticas representando as ferramentas dos jornalistas, como o microfone, notebooks, televisão, rádio, gravadores e, pasmem, um estúdio de TV.
E mais, no Colégio Militar de Arraias, há uma Assessoria de Comunicação completa, integrada por alunos, que têm a missão de produzir conteúdos, inclusive para as redes sociais.
Os integrantes do grupo temático, ao longo dos meses, se colocaram na posição de jornalistas e percorreram as ruas de Arraias para produzir diversas entrevistas e reportagens, que foram transcritas e expostas na exposição.
É claro que eles não perderam tempo e imediatamente entrevistaram também este jornalista. O conteúdo está publicado aqui, em forma de vídeos.
Foi um dia contagiante, feliz e especialmente gratificante. Ao fim da jornada, tive a certeza que tenho trilhado um bom caminho.