Livro destaca brigadeiro Felipe Cardoso e insere Goiás na Independência; avô do meu bisavô

Na última sexta-feira (7), no Palácio Conde dos Arcos, na cidade de Goiás (GO), antigo Goiás Velho e eterna capital do estado, foi lançado o livro A biografia de Felipe Antônio Cardoso – Revolução e Independência no Oitocentismo goiano”. A obra é de Paulo Irineu Barreto Fernandes, editado pela Editora Subsolo.

De Cavalcante (GO) e fundador de Monte Alegre de Goiás, antigo Chapéu, o brigadeiro Felipe Antônio Cardoso ( 1773-1868) é ancestral deste jornalista, avô do meu bisavô Felipe dos Santos (nascido em 1830).

Perdemos o sobrenome Cardoso no casamento entre Antônia Antônio Cardoso e Claro dos Santos.

Felipe também é o gerador da família Cardoso, de Campos Belos (GO), do qual o ex-prefeito Domingos Antônio Cardoso, recebeu o nome é homenagem ao pai do brigadeiro, que se chamava capitão-mor Domingos Antônio Cardoso (1708 -1768).

O português Domingos sediou-se na fazenda Engenho Sumidouro, área hoje integrante de Monte Alegre. Foi lá que nasceu o brigadeiro Felipe Antônio Cardoso.

A obra, segundo o autor, cumpre dois grandes objetivos: resgata a figura do Brigadeiro, que teve importante participação na história goiana; e insere Goiás no roteiro da Independência do Brasil, pois são poucos os registros a respeito.

O livro, resultado de 30 anos de pesquisas, tem a participação de também dois descendentes do militar, que nasceu em 1773, na região de Arraias, e faleceu em 1868.

Paulo Irineu Barreto Fernandes é filho de Nelcy Barreto Fernandes, que é trineta do brigadeiro; e a arquiteta e historiadora Narcisa de Abreu Cordeiro, que fez o prefácio, é sobrinha trineta do militar.

A biografia discorre sobre o personagem que marcou a liderança de movimento ocorrido em Vila Boa em agosto de 1821 contra a Coroa portuguesa.

Almejava-se a destituição do governador geral de Goiás, o português Manoel Inácio de Sampaio, mas o intento foi sufocado por uma denúncia, com a prisão de diversos revolucionários, inclusive do militar Francisco Xavier de Barros, e de padres representativos da época.

Além dos feitos políticos e sociais, o livro apresenta informações raras, a partir de uma extensa pesquisa, sobre Felipe Antônio Cardoso e de sua trajetória de vida.

Filho de portugueses, nascido no Brasil, trilhou carreira militar de Alferes a Brigadeiro e durante grande parte de sua vida exerceu cargos públicos e políticos de relevância, com participação ativa no cenário histórico da primeira metade do século XIX em dois países, Portugal e Brasil; duas Capitanias, Goiás e São João das Duas Barras (São João da Palma); e cinco cidades: Cavalcante, Arraias, Vila Boa (Goiás), Curralinho (Itaberaí) e Meiaponte (Pirenópolis).

Paulo Irineu revela que, na medida em que aprofundava nas leituras e descobertas sobre o militar, ficava cada vez mais evidente a singularidade de sua biografia, a sua grandeza de caráter e, acima de tudo, a sua incansável luta pela liberdade, educação, emancipação e independência do Brasil.
 
Busto e pesquisas
Narcisa Cordeiro tem trabalhado, nesses anos, pelo reconhecimento do papel exercido pelo Brigadeiro, inclusive coordenando um grupo que mandou confeccionar e doou um busto dele ao Palácio Conde dos Arcos; na produção da escultura contou com a colaboração de Celso Jubé, Jacira Rosa Pires, Juraci Batista Cordeiro e Domingos Lacerda, parente da escritora Regina Lacerda, que era descendente do militar.

Regina escreveu o livro “A Independência em Goiás”, que lhe rendeu homenagens da Comissão do Centenário da Independência e da Academia Goiana de Letras.

O livro que agora está sendo lançado é um somatório de pesquisas, da qual participaram as professoras Araci Batista Cordeiro e Renée Chantal.

Elas encontraram dois exemplares dessa obra, de Regina Lacerda, sobre a Independência, num sebo no Rio de Janeiro.

Já Jacira Rosa Pires, que relatou a visita à fazenda Sumidouro, em Chapéu (Monte Alegre de Goiás), de Felipe Cardoso, do botânico Emmanuel Pohl, ali ficou hospedado por nove dias.

E a médica Ana Carolina de Abreu Carvalho Pires, que encontrou em Portugal uma carta, de 1802, escrita pelo pai do brigadeiro, capitão mor Carlos Domingos Cardoso, endereçada a dom João VI, antes da vinda da Coroa portuguesa para o Brasil.
 
Autor
Paulo Irineu Barreto Fernandes é professor de Filosofia no Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), Campus de Uberlândia; possui Doutorado em Geografia Humana e Cultural pelo Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia (2015); e Mestrado em Filosofia Política e Social pela UFU (2009).

Realiza pesquisa nos seguintes temas: Educação, Filosofia, Geofilosofia, Geografia Humana e Cultural, Genealogia, Política e Arte.

Tem Doutorado também em Filosofia, no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFU (2023), e é líder do Grupo de Pesquisa em Geofilosofia do IFTM, registrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Com texto de “A Redação”.