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Campos Belos me intriga. Sempre que tenho oportunidade de ir à cidade, encontro pessoas preocupadas com o bem-estar da comunidade, com o desenvolvimento do município, com o bom uso do dinheiro público, enfim, desejosas de que as coisas andem como têm de andar.
Bastar eu chegar na cidade e não ir à emissora de rádio local, que logo recebo ultimatos e “broncas” de estar, digamos, renegando os ouvintes e os assuntos que todos querem dizer, mas, por força das circunstâncias, não têm a oportunidade ou não têm a coragem de levar a público problemas e fatos de interesse comum.
E digo isso também dos comunicadores das rádios, com raras exceções.
E pudera. Numa cidade pequena, todo cuidado é pouco e os interesses são muitos. Entretanto, Eu não me furto a dizer, nos meus programas, o que acho que deve ser dito. Até porque não tenho vínculos políticos ou grupais.
Claro que faço uso disso com consciência, sem leviandades, injúrias, difamações. Mas também sem hesitar em ferir sentimos, mesmo de amigos.
Dizemos o que todo jornalista tem de falar, em sua difícil missão de informar, relatar e interpretar fatos do dia a dia, sempre tendo como farol o bem-comum.
Falamos das necessidades das pessoas, dos desrespeitos, dos desmandos, intentamos o que a própria Constituição Federal pede para fazermos, ao defender interesses das pessoas mais fracas, menos capazes, mais expostas a abusos, como as crianças, os idosos, as mulheres, os analfabetos…
Falamos das ações de desrespeito, por exemplo, aos Estatutos do Idoso e o da Criança e do Adolescente; orientamos quanto à necessidade do bom uso da água; das práticas abusiva de queimadas; da necessidade da Administração Pública bem usar o nosso mirrado dinheiro de impostos.
Parece coisa boba comentar assuntos como este, que na maioria das vezes mexe com o bril de pessoas, com o poder, afeta interesses. E por isso, poucos têm coragem de usar o microfone ou qualquer outro meio de comunicação para isso.
E acho normal esse resguardo. Afinal é, às vezes, questão de sobrevivência.
O Exemplo mais claro disso foi o fato que publicamos recentemente aqui no Blog.
A notícia (velha, de abril do ano passado), de que Campos Belos figurava como uma das cidades campeãs em irregularidades do uso do dinheiro público. Campeã brasileira!
Agora, não duvido que muita gente teve acesso, à época, a esta informação. Porém guardou, sabe lá porque, consigo mesma.
E não foi à toa que criei este Blog. A intenção é a mesma. Não só para falarmos de coisas diversas, de expor nossos pontos de vista, mas também para defender os interesses da nossa cidade, do nosso estado, do nosso país.
Mas quando falo que Campos Belos me intriga, digo pela falta de apoio que sinto do próprio povo da cidade nos assuntos de seu interesse.
As coisas estão acontecendo aí, boas e ruins. Mas, acredite você, que não consigo achar um colaborador na cidade. E não é um colaborador especialista. É apenas uma pessoa mais preocupada e interessada em ver as coisas acontecerem, se indignar e relatar.
Como estou longe da cidade, preciso de informações, fatos, assuntos, bate-boca dos bastidores políticos, enfim, precisamos de pessoas que se tornem fontes de informações.
Conheço muita gente, fontes e mais fontes. Entretanto, cem por cento das pessoas procuradas por mim, se quer tiveram o trabalho de responderem os e-mails ou retornarem as ligações.
E eram pessoas com certo conhecimento das “coisas” que acontecem na comunidade. Ex-candidatos a cargos eletivos, ex-mandatários e até certo ponto, gente polêmica, políticas, como dizem por aí, “sem papas nas línguas”, que falam pelos “cotovelos”, se permitem-me usar dessa fala popular. É decepcionante.
Pois é. O que será que ocorre com essas fontes de Campos Belos…