Ciclo humano: da vida não se leva nada e a nossa história com o tempo se decompõe ou vira cinzas
Por Jefferson Victor,
Para nascermos, precisamos de: 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 tetravós, 64 pentavós, 128 hexavós, 256 heptavós, 512 oitavós, 1024 eneavós e 2048 decavós.
Somente nas últimas 11 gerações foram necessários 4.094 ancestrais, ao longo de aproximadamente 300 anos antes da nossa existência.
É difícil mensurar quantas coincidências foram necessárias para que todos esses encontros ocorressem.
Quando nascemos, não trazemos nada além da vida. A partir daí, começamos a usufruir do que nossos pais possuem temporariamente, pois não somos donos de nada; tudo muda de mãos com o tempo. Nascemos, crescemos, reproduzimos e, assim como chegamos ao mundo, um dia partimos.
No início, após nossa partida, deixamos saudades. Os amigos cumprem seu papel social comparecendo ao velório ou sepultamento, encerrando seus compromissos. Poucos parentes mais próximos nos lembrarão por algum tempo, mas, com o passar dos anos, caímos no esquecimento.
A geração atual raramente se preocupa em conhecer seus antepassados, limitando-se, no máximo, aos avós. De bisavós para trás, simplesmente ignoram.
Nossa vida é como um livro: alguns mais volumosos, outros menos, mas cada um com sua história, um começo, um meio e um fim. Assim como os livros, não somos eternos; um dia nos decompomos ou viramos cinzas.
O sentido da vida parece sempre o mesmo: nascemos sem nada, vivemos e, mais tarde, partimos apenas com a roupa do corpo, que também se decompõe rapidamente. Riqueza, pobreza, arrogância, discriminação, desigualdade, injustiças — tudo isso um dia acaba. A memória se apaga e o destino final é um túmulo ou cinzas ao vento.
Homenagens póstumas são meras formalidades; o morto não ouve, não vê, não sente e não pode agradecer. As pessoas precisam de reconhecimento em vida. Demonstre seu amor, carinho e gratidão hoje, pois amanhã pode não ser possível ou já não fazer diferença.
Há coisas em que o arrependimento tardio não pode retroceder. Pense nisso.