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O fim da obrigatoriedade do diploma para jornalista foi determinado ontem, 17 de junho, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Enfim, eles conseguiram. O Supremo se curvou diante da pressão dos endinheirados e donos dos conglomerados midiáticos deste país.

Neste momento, se felicitam a ANJ (Associação Nacional dos Jornais), a Sertesp (Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo) e a ABERT ( Associação Brasileira de Rádio e Televisão), entidades que representam as empresas de mídia e seus donos.

Cai em desgraça a FENAJ ( Federal Nacional dos Jornalistas) e seus sindicatos afiliados. Saem enfraquecidos os jornalistas de todo o Brasil.

Riem à toa os poderosos donos dos monopólios da comunicação, que dominam o Brasil de norte a sul. Se já era difícil jornalista falar o que queria em suas empresas, imagine agora. É a chamada missão impossível.

Perde a sociedade. Perde a democracia.

Agora somos iguais a cozinheiros, tomando emprestada a digníssima fala do presidente do STF, Gilmar Mendes.

Senhores, não percam tempo. Podem correr ao Ministério do Trabalho e assinarem suas carteiras de jornalistas. Qualquer um poder ser. Desembargadores, pedreiros, médicos, pintores, poetas, lixeiros, carpinteiros, escritores, advogados…

A partir de hoje, todo mundo que achar conveniente, pode se declarar jornalista.

Engraçado, estão usando dois pesos e duas medidas. A mesma regra não vale para as outras áreas co-irmãs da comunicação social. Pura incoerência ou perseguição?

O mesmo diploma continua sendo exigido dos publicitários e dos relações públicas.

Eles, publicitários e relações públicas, podem ter uma segunda profissão: jornalistas.

Mas nós, jornalistas, não podemos sequer pisar numa agência de publicidade sem um diploma à mão.

Tudo estava no script. Graças à liberdade conquistada, com suor e sangue, por muitos jornalistas do passado, é que o Brasil alcançou um patamar aceitável de liberdade de expressão e de imprensa e com isso conseguiu desenvolvimento em muitos aspectos nos últimos 20 anos.

E graças a esses abnegados jornalistas profissionais é que foram revelados conhecimentos e segredos, antes guardados e emparedados em gabinetes de Brasília e dos palácios políticos Brasil afora.

Foi por intermédio desses diplomados jornalistas que a sociedade pode conhecer como agem, em seus tronos, figuras como as do Sr. Gilmar Mendes e do Sr. José Sarney.

Quem os diga o mega-empresário Daniel Dantas e as netas e sobrinhas, empregadas secretamente no Senado Federal. Bem, mas afinal, a culpa é do Senado!!

E ainda pedem para que se respeitem os chefes dos poderes e as instituições da República.

Antes de finalizar, façamos o mea culpa. Os jornalistas também têm culpa no cartório. Por serem desunidos, esparsos e sem o são corporativismo, perderam muitas chances de se fortalecerem como uma categoria profissional. E a principal delas foi deixar escapar a formação do Conselho Federal de Jornalismo. Agora é chorar o leite derramado.

Uma coisa é certa: não nos daremos por vencidos. Vamos honrar até o fim nossos juramentos de jornalistas profissionais diplomados. Não se joga 40 anos assim, pelo ralo. Avante FENAJ!!

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