Comunidades Quilombolas Kalungas rejeitam Programa Goiás Tec e alertam para prejuízos educacionais

As comunidades quilombolas Kalungas, localizadas em Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás, todas na Chapada dos Veadeiros, manifestaram grande insatisfação com o projeto educacional implementado pelo governo de Ronaldo Caiado.

O programa, denominado Goiás Tec, tem sido criticado por seus métodos de ensino, que incluem a substituição de professores por aulas transmitidas via televisão.

De acordo com o Governo de Goiás, o Programa Goiás Tec – Ensino Médio ao Alcance de Todos foi desenvolvido para levar educação mediada por tecnologia a comunidades remotas e de difícil acesso, como quilombolas, indígenas e estudantes de escolas rurais ou com falta de professores. No entanto, a iniciativa tem enfrentado resistência tanto de educadores quanto da própria comunidade.

Professores e especialistas em educação têm criticado o programa desde seu início, apontando falhas em relação às teorias de aprendizagem e ao papel fundamental do aluno no processo educativo.

Agora, a comunidade quilombola expressa seu descontentamento de forma mais contundente, através de vídeos gravados por estudantes e pais. As queixas incluem a ausência de professores em sala de aula, dificuldades de acesso à internet, a má qualidade do ensino e a consequente desmotivação dos alunos.

Prejuízos Educacionais e Consequências para a Vida dos Estudantes

A insatisfação com o Goiás Tec vai além da simples insatisfação com a metodologia de ensino. Especialistas alertam para os graves prejuízos educacionais causados pela falta de professores presentes fisicamente, o que afeta a interação direta e o suporte necessário para o aprendizado eficaz. A ausência de um educador em sala compromete o desenvolvimento de habilidades críticas, como o pensamento analítico, a colaboração e a comunicação.

Além disso, a desmotivação gerada pela falta de um ambiente de aprendizado adequado pode ter consequências duradouras na vida dos estudantes. Jovens que não recebem uma educação de qualidade têm menos chances de ingressar no ensino superior e de competir no mercado de trabalho. Isso perpetua o ciclo de desigualdade e limita as oportunidades de ascensão social e econômica para essas comunidades, comprometendo o futuro de gerações inteiras.

Um artigo produzido pela Universidade Federal de Goiás esmiúça os principais problemas. Leia a íntegra.