Sofrimento e descaso: mães kalungas andam até 5 km para lavar roupas e buscar água de beber
Hoje o Blog recebeu um relato que é de partir o coração, ainda mais de quem preza pelo bem-estar das pessoas; de quem tem um mínimo de empatia.
O que é empatia?
Empatia é a capacidade que uma pessoa tem de sentir e se colocar no lugar de outra pessoa, como se estivesse vivendo a mesma situação.
A partir da empatia é possível entender o sentimentos e as emoções do outro.
E como não sentir o sofrimento das mães Kalungas que, em pleno século 21, ainda precisam andar até 5km para lavar roupas e buscar água de beber.
O drama foi filmado ao Blog nesta segunda-feira (11). Um simples e único poço artesiano resolveria o problema de uma comunidade inteira.
Mas falta vontade política.
Falta político com empatia para poder minorar o sofrimento dessa gente, que há mais de 300 anos habita aquele pedaço de terra.
O relato de uma adolescente, moradora do povoado Pelotas, é de arrepiar e de causar indignação em qualquer ser humano que tenha dignidade.
“Somos de Monte Alegre de Goiás.
Gostaria muito de uma ajuda. Nós somos quilombolas kalungas e onde moramos não tem água. A gente sofre muito por causa da água. Todo ano, um tempo desse, a gente tem que andar 5 quilômetros a pé para chegar até na beira do rio paranã para lavar roupa beber.
É muito sofrimento aqui. Tem 35 anos que não tem água na grota próximo de casa.
E só tem água na época da chuva é e também é só dois 2 mês três 3 mês que água fica na grota logo Por muitos anos o “Pelotas” e o Assentamento “Atalaia” sofrem com a falta de estrada, falta de ponte e falta de água potável para consumo próprio.
Até a ponte do Pelotas foi a comunidade quem construiu, há cerca de 4 anos.
Esperavam e nada, povo ficava ilhado sem poder ir ao médico e a escola. Cansaram de esperar e fizeram entre os moradores a ponte.
Será que para ter água, a comunidade tem que se reunir e abrir poço artesiano e pagar do próprio bolso também?
A gestão atual arrumou as estradas. Mas a água não chegou.
Água do Paranã nem todos podem tomar. Ela tem uma espécie de sal ou algo assim. Muitas pessoas sentem mal se tomar diariamente e podem ter problemas nos rins.
Mas não tem outra saída.
Tem que buscar água longe. Neste ano o prefeito abriu poço artesiano em uma residência que não abastece toda a comunidade, somente uma família.
Pedimos reunião com o prefeito e nada até agora.
A escola não tem água e nunca teve água na escola.
Já passou da hora de tratar o povo humilde com respeito e dignidade.
Água é vida, é tudo, não se pode viver sem água gente, pelo amor de Deus, Prefeito, Deputados, Governador, Presidente, em que mundo ainda estamos?
Andar 5km a pé empurrando carrinho de mão para lavar roupa, no sol quente, em tempos como esse, sinceramente é um descaso.”
Com a palavra o Governador Ronaldo Caiado e o prefeito de Monte Alegre de Goiás