Agenda Goiás: Foco nos desafios do Nordeste Goiano



Os desafios e perspectivas do Nordeste goiano serão o foco das discussões na segunda edição do projeto Agenda Goiás, que será realizado quarta-feira, em Formosa, a 281 quilômetros de Goiânia.


 Desta vez, o tema-eixo é Proteção Social, sobre o qual haverá palestras pela manhã com Aldaiza de Oliveira Sposati, professora titular da PUC-SP e autora de vários livros sobre política social, e com José Pereira de Oliveira Junior, há mais de 20 anos à frente do bem-sucedido grupo carioca AfroReggae.


O grupo conta hoje com quatro núcleos de atuação, mais de 30 projetos em andamento, 9 grupos artísticos e programas de TV (Conexões Urbanas e Papo de Polícia, ambos no Multishow). 


Sua metodologia de trabalho social, ganhadora de prêmios internacionais, alcança outros países, como Índia, Colômbia, China, Inglaterra, França e Cabo Verde, na África, a convite da ONU.


Proteção social é um tema relevante para a região porque, apesar de avanços nos últimos anos, o Nordeste do Estado registra indicadores preocupantes, principalmente quando comparados aos índices estaduais ou do País: 


taxas elevadas de mortalidade infantil, analfabetismo e desemprego, rendimento médio do trabalho inferior ao do Estado e PIB per capita limitado a pouco mais que a metade do valor desse mesmo indicador no Estado, além de grande número de jovens “nem-nem-nem” (nem estuda, nem trabalha, nem procura emprego).


Esse quadro de carências socioeconômicas faz com que o Nordeste goiano lidere entre as regiões de maior pobreza no Estado (30,34%), seguido pelo Norte (15,97%) e pelo Entorno do Distrito Federal (15,16%). 


Isso apesar de bons indicadores colocarem Goiás no 25º lugar no ranking dos Estados com maior porcentagem de pobres: 7,59%.


Os indicadores também explicam por que, em pesquisa do portal de notícias G1 nos 20 municípios da região, áreas básicas como saúde e educação lideram como as maiores preocupações dos moradores, seguidas por segurança pública. 


Saúde fica em primeiro lugar em nove municípios; educação ocupa a mesma posição em oito; e segurança pública em três.


Em relação à economia, nota-se que o setor de comércio é o mais forte na região, seguido por serviços, e que apesar da urbanização, ainda é grande a população no meio rural.


Esta composição é resultado da baixa complexidade econômica, cuja alteração demanda iniciativas para atrair indústrias e investimentos, além de melhorias para superar gargalos da infraestrutura, avalia Alexandre Lins, cientista político e jornalista, assessor especial da Superintendência Executiva de Planejamento da Segplan. 


Mas, diz ele, já existem iniciativas neste sentido. “O Produzir (programa de incentivos fiscais), que já isentava em 92,5% o ICMS para empresas que se instalassem no Nordeste e no Entorno do Distrito Federal, desde o ano passado isenta 100%”, cita. 


Segundo Lins, a região contará também com repasses de R$ 200 milhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).


Quanto à infraestrutura, a pavimentação de rodovias na região para facilitar o escoamento da produção e, com isso, facilitar a instalação de empresas, é uma das ações em andamento mencionadas pelo assessor da Segplan. 


“Portanto, o caminho é atrair investimentos que possibilitam a geração de empregos diretos e indiretos. Este é o modelo que devemos buscar.”


Enquanto se busca promover o desenvolvimento, observa Lins, “os investimentos sociais estão sendo feitos, a exemplo dos cursos de capacitação para os trabalhadores das indústrias que se instalarem na região, por meio do Bolsa Futuro, e dos convênios que vêm sendo firmados com os municípios”. 


Ele enfatiza que, “apesar da complexidade que envolve a região, não podemos tratá-la como vulnerável e só dar assistência”.


Mesas de trabalho


À tarde, o fórum prossegue com mesas de trabalho nas quais o tema central, Proteção Social, volta a ser analisado em torno de três eixos: qualidade de vida (assuntos relacionados a saúde, segurança, educação, proteção social e desenvolvimento urbano); competitividade (meio ambiente, desenvolvimento econômico, infraestrutura e logística); e gestão para resultados (parceria público-privada, gestão pública e transparência). 


Participam dessas reuniões de trabalho representantes do governo, de prefeituras, entidades de classe, Ministério Público e universidades.


Fonte: O Popular

Deixe um comentário