Comunidade de Arraias (TO) quer audiência pública com a Itafos. Mineradora vai retomar produção do perigoso ácido sulfúrico

A comunidade de Arraias (TO), na região sudeste do estado, está cobrando audiências públicas para averiguar e fiscalizar a nova frente da mineradora Itafós, que atua na região.

A empresa informou ao mercado que o recomissionamento da planta de ácido sulfúrico em Arraias está previsto para ser concluído, a fim de iniciar as vendas de ácido sulfúrico.

O ácido sulfúrico produzido poderá ser utilizado na fabricação de diversos fertilizantes e micronutrientes a base de sulfatos, como o sulfato de magnésio.

“Continua havendo uma demanda significativa por produtos fertilizantes em todo o mundo, incluindo ácido sulfúrico em nossos mercados brasileiros. Reiniciar nossa planta de ácido sulfúrico em Arraias nos dá a oportunidade de atender a demanda do mercado com margens positivas, enquanto continuamos avaliando alternativas estratégicas”, disse G. David Delaney, CEO da Itafos.

Nos últimos meses, o Brasil enfrentou uma grande alta nos preços dos fertilizantes a base de fosfatados, uma vez que em sua produção é utilizada o ácido sulfúrico, que estava escasso. Com a volta das produtoras de ácido sulfúrico, a disponibilidade dos Fosfatados tendem a aumentar.

Segundo a empresa, a planta de ácido sulfúrico de Arraias (TO) tem capacidade de produção de 220.000 toneladas.

A planta, assim como o restante da infraestrutura associada ao negócio de fertilizantes fosfatados de Arraias, está paralisada desde 2019. O restante da infraestrutura chave de Arraias, incluindo sua mina, planta de beneficiamento, planta de acidulação e planta de granulação devem permanecer ociosas.

Preocupação da comunidade

Como se sabe, o ácido sulfúrico é um ácido forte, extremamente corrosivo e oxidante. A substância é formada pelos elementos enxofre, hidrogênio e oxigênio.

Ele é classificado como um dos ácidos mais perigosos que existem, devido ao seu poder corrosivo e desidratante.

Em contato com a pele, o ácido pode provocar queimaduras graves por meio de uma reação de desidratação, decompondo proteínas, carboidratos e lipídios presentes na pele e nos músculos.

Preocupados com essa nova “planta” e principalmente com os possíveis impactos ambientais e os riscos a que estarão expostos os moradores ribeirinhas e rurais, é que diversos atores sociais de Arraias estiveram reunidos, na terça-feira (08), no Ministério Público do Tocantins (MPTO), com o promotor João Neumann.

Estiveram presentes o professor Tony, diretor do Câmpus UFT- Arraias, a professora Valdirene Gomes, coordenadora do Curso de Turismo e membro do Conselho Municipal de Turismo e o professor Oscar Alves, delegado regional do Sindicato dos Professores de Educação Física do Tocantins.

O objetivo da reunião foi solicitar do Ministério Público um socorro e uma ação junto à mineradora ITAFOS, para realizar, ao menos, uma audiência pública.

A comunidade quer uma explanação da empresa para a comunidade de Arraias e região sobre a produção  de ácido sulfúrico, anunciada pela empresa.

Posteriormente os professores também estiveram com o presidente da Câmara Municipal de Arraias, o vereador Durão de Moura.

Também teve início a discussão sobre a participação do Ministério Público Federal no que se diz respeito ao Rio Bezerra, por se tratar de um rio que divide os Estados de Goiás e Tocantins.

Para o professor Oscar Alves, a comunidade de Arraias e região precisa de maiores informações sobre o funcionamento da planta de ácido sulfúrico em Arraias.

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