Delegado que prendeu médico em Cavalcante (GO) é transferido
- On:
- 0 comentário
A Polícia Civil transferiu de Cavalcante (GO), no nordeste do estado, o delegado Alex Rodrigues, acusado de praticar abuso de autoridade ao prender o médico Fábio Franca, que negou-lhe atendimento prioritário em um posto de saúde.
Alex é alvo de um inquérito aberto esse mês pelo Ministério Público (MP-GO).
A Polícia Civil afirma que a transferência não tem relação com o ocorrido: “por critérios técnicos, houve mudanças nas lotações de vários delegados, não só a dele”.
A PC não informou para onde o delegado foi enviado e nem o número ou nome de profissionais transferidos.
Argumentou também que é “informação sigilosa.”
O caso que gerou polêmica teve início no último dia 26 de janeiro.
À época, Fábio estava em atendimento quando o delegado compareceu à unidade e exigiu atendimento prioritário, porque desconfiava estar com Covid-19.
Na oportunidade, ele teria ordenado que o médico deixasse de lado seu paciente e desse atenção exclusiva a ele.
O profissional teria negado o pedido sob alegação de que esse comportamento atentaria contra a ética profissional.
A autoridade policial então retornou no dia seguinte e prendeu o médico por exercício ilegal da profissão.
Apesar de o registro profissional de Fábio Franca constar como cancelado no Conselho Federal de Medicina (CFM), conforme justifica a própria Polícia Civil, o profissional possui permissão do Ministério da Saúde para atuar exclusivamente na Unidade Básica de Saúde por meio do programa Mais Médicos.
A Secretaria Municipal de Saúde de Cavalcante (GO), no dia do fato, também confirmou que Fábio França tem autorização para trabalhar.
O médico ficou um dia preso e houve comoção, inclusive com manifestações de apoio e contra o delegado. Dias depois, o MP-GO iniciou uma investigação para apurar o fato.
Desde o início do caso, a Polícia Civil mantém o mesmo posicionamento: não comenta ações do Ministério Público ou decisões do Judiciário.
Já em relação às investigações internas, eles não podem dar detalhes sobre o avanço do procedimento da Corregedoria, por ter caráter sigiloso.
Com informações do Mais Goiás