Descaso absoluto: UEG de Campos Belos caminha para seu fim
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Foi publicado na última sexta-feira (26) o edital do vestibular da Universidade Estadual de Goiás (UEG) em todo o estado de Goiás, menos para a unidade Campos Belos.
Infelizmente, pela terceira edição consecutiva, o Campus de Campos Belos não terá nenhum novo aluno ingressando nessa região do nordeste goiano.
O Edital é aprovado pelo Conselho Superior da UEG.
E na alegação dos conselheiros que votaram a favor da normativa excluindo Campos Belos do vestibular, a versão oficial é que o Decreto do Governador nº 9.593/2020, em seu artigo 108, obriga a ter pelo menos 75% dos professores efetivos.
Contudo, um membro do Conselho, que pertence ao Campus de Campos Belos, nega que esse seja o verdadeiro critério para não ter novas vagas para essa região.
“Eu lutei o que pude. Tentei mostrar que esse critério do art. 108 é uma desculpa esfarrapada do Governo para fechar unidades. Ora, se o problema é a falta de professores e se somente o Governo tem o poder de realizar concursos públicos, por que não o faz e chama esses professores efetivos para Campos Belos e outras cidades do interior que estão sofrendo a descontinuidade dos cursos?”, desabafa Marconi Burum, servidor da UEG.
Para Jaciara Castro, aluna do curso de Agroecologia, “é um crime o que estão fazendo com nosso povo. A UEG representa a esperança de uma vida melhor para os mais pobres que não têm oportunidades. Eu, por exemplo, sou moradora do distrito da Prata, em Monte Alegre.
Antes da UEG nossos pais, as pessoas daqui viviam como exploradas nas fazendas. E hoje, seus filhos passaram a ter chance de serem eles mesmos os proprietários de sua terra, ou ter outro emprego melhor por força da educação”, comenta.
Jaciara apresentou um abaixo-assinado no Ministério Público de Goiás, junto com um documento, pedindo o apoio deste órgão para impedir que a UEG em Campos Belos e Posse, outra que também não conseguiu novas vagas no vestibular, não sejam fechadas por falta de alunos.
Na opinião da aluna, é fundamental que o povo do nordeste goiano e as autoridades locais de todos os municípios beneficiados pela UEG precisam se unir. “Se não fizermos nada, o destino dessa região é perder sua única universidade pública estadual e isso será uma tragédia para nossos filhos e netos”, destaca.