Grande incêndio de Monte Alegre (GO) foi criminoso. Fotos flagraram dois homens ateando fogo

O grande incêndio que atacou ontem (19) a vegetação das cercanias urbanas da cidade de Monte Alegre de Goiás, nordeste do estado, na Chapada dos Veadeiros, foi criminoso.

Ontem mesmo foi lavrado um Boletim de Ocorrência denunciando-se o crime.

Dois cidadãos informaram ao Corpo de Bombeiros de Campos Belos e à Secretaria de Segurança Pública de Goiás que o incêndio foi iniciado por ação humana e de forma intencional.

E para provar, anexou ao Boletim de Ocorrência imagens do exato momento em que dois homens são flagarados ateando fogo na vegetação, no sopé do morro da cruz.

Um dos denunciantes informou que o fogo começou no início da manhã, espalhando-se rapidamente.

Disse também que é rotina nesta época do ano pessoas desavisadas e criminosas atearam fogo nos morros da cidade. O homem disse que recebeu as imagens via aplicativo de Whatsapp e não soube informar sua origem.

Pelas imagens, pode se notar que um dos criminosos estava de camisa cinza e outro de camisa branca. No local, não há qualquer fogo. Tempo depois, sob observação de ambos, um foco emerge da vegetação.

É preciso uma ação rápida e energética das autoridades de segurança pública no intuito de identificar, localizar e prender esses dois bandidos.

Para além das sanções criminais, é preciso imputar a eles severas multas e obrigar o ressarcimento aos cofres públicos dos recursos gastos e dos prejuízos causados aos fazendeiros e a outras pessoas.

Ontem, voluntários e militares do Corpo de Bombeiros lutaram por todo o dia para conseguirem debelar as chamas. O fogo somente foi controlado no início da noite.

Depoimento

Depoimento de Adinélia Veríssimo, uma proprietária rural nas imediações da cidade Monte Alegre, é dramático e mostra como os incêndios podem abalar toda uma comunidade, inclusive de forma psicológica.

“A situação é complicada, pois temos o problema com o lixão que contamina o lençol freático desvalorizando nossas propriedades e matando nossos animais; não temos pontes nem mesmo pra escoar nossas produções, em tempos de secas a passagem é por dentro dos córregos, não sei como o poder público tem coragem de expor a vida dos alunos nessas estradas esburacadas e nessas pontes podres e cheias de gambiarras.

Agora com o período de seca todos, absolutamente todos os anos o fogo invade nossas fazendas, na maioria das vezes advindo do lixão a céu aberto.

Outras vezes nem se sabe a origem, fato é que os prejuízos são grandes, pois queimam as cercas, matam os animais ora de fogo, ora de fome, queima madeiras, destroem as florestas.

Os fazendeiros não aguentam mais esse sofrimento, de nada adianta pedir socorro ao poder público, que não vê como algo importante a fauna e a flora. Eu particularmente nem sei mais mensurar o tamanho do meu prejuízo

Coloquei a fazenda a venda. Não tem como investir pra ver tudo virar cinzas. Ano passado tivemos o apoio da Polícia Militar, foi o que amenizou a situação.

Estamos abandonados pelo poder público. Mas ninguém é punido por tantos danos causados, em 6 anos que comprei a fazenda foram 6 incêndios, até o momento ninguém foi responsabilizado por nada. Desta forma digo que não vale a pena investir num lugar como este”, desabafa a cidadã.

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