A morte das nascentes de Campos Belos foi anunciada








Por Evônio Madureira,


No ano de 2007, em parceria com o Ministério Público Estadual, os voluntários da Associação de Moradores, Evônio, Ailton Pereira e o fotografo Osmar Santos, realizaram um estudo para identificar a real situação das nascentes da área urbana da cidade. 


O estudo foi levado ao conhecimento da prefeitura e da Promotoria de Justiça de Campos Belos que recomendou o prefeito para tomar as providências para recuperar as nascentes com plantio de árvores e construir cercas para evitar a ação do homem e pisoteio de animais ao redor dos nascedouros de água. 


Nada foi feito. 


Cinco anos depois, o estudo foi publicado no Jornal o VETOR na edição de 2013 e chamou atenção das autoridades. Infelizmente o estudo foi desprezado pela prefeitura, e, com o passar dos anos, assistimos a morte anunciada das nossas nascentes, o aumento da poluição dos córregos, racionamento de água potável causado pela diminuição das chuvas e assoreamento do rio Monte Claros que abastece a cidade.


O grupo de Monte Alegre de Goiás, representado pelo professor Josué Teixeira, mostrou que o Córrego Prata, no Povoado Prata é um dos mais sofridos com a degradação ambiental de seu leito e precisa urgentemente de ser recuperado e preservado para a presente e futuras gerações. 


Josué disse que centenas de moradores ribeirinhas necessitam da água do rio para sobreviver, pois é a única fonte de renda dos moradores vem do rio. 


O professor disse também que todos os demais rios, córregos e nascentes do município estão precisando de algum tipo de recuperação.


Não queremos usinas hidrelétricas na Chapada  


O grupo de Alto Paraíso representado pelo Bruno Mello e Luciana Amado da Fundação Mais Cerrado, falaram da importância da preservação do Rio Tocantinzinho e chamara a atenção dos povos do cerrado para lutar contra a construção de PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas ao longo do leito do rio. 


“Se isso acontecer os moradores da chapada vão ter um grande prejuízo com o impacto causado pela construção das hidrelétricas”. Afirmou Bruno, Presidente da Fundação Mais Cerrado. 


Em sua fala, Luciana Amado, Coordenadora de projetos da Fundação disse que a expansão do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e a implantação definitiva da APA / Pouso Alto vão ajudar a manter preservado as nossas nascentes, córregos e rios, garantindo a produção de água para a presente e futuras gerações.


Após a apresentação dos grupos, cada representante entregou a relação das necessidades para a Comissão Pastoral da Terra com a finalidade de fazer os encaminhamentos das aos órgãos competentes. 


Em seguida foi feita a indicação dos nomes dos representantes para participarem do Encontro na Tenda dos Povos do Cerrado nos dias 16, 17 e 18 de novembro na Praça Universitária em Goiânia. 


No encontro, os Povos do Cerrado vão em busca de soluções para resolver os problemas da água da região e solução dos conflitos de terras no Sítio Histórico Kalunga.


Segundo o professor Josivaldo da CPT o objetivo do encontro é pautar e conscientizar a sociedade sobre a importância do Cerrado, unindo campo e cidade na campanha em defesa do cerrado; “Sem Cerrado, Sem Água, Sem Vida”. Mais informações: (62) 3223 5724 – cptgo@hotmail.com.


No espaço reservado para fazer as considerações finais, eu disse que é necessária a instalação de um Posto do IBAMA na região da chapada para fiscalizar os crimes ambientais e punir os culpados que praticam crimes ambientais. 


Aqui ainda existe a prática do desmatamento, comercialização de madeira de lei, cortes de árvores frutíferas nativas do cerrado, caça e pesca predatória, extração de areia e saibro sem licença ambiental, instalação de garimpos clandestinos, tráfico de pedras preciosas, principalmente ouro, cristal, tantalita, esmeralda, manganês, e muitos outros tipos de minérios existentes em abundância em toda a região que é rica em ouro e cristal de alta qualidade. 


Tudo isso pode ser explorado de forma artesanal, gerando emprego e renda para os povos da chapada. 


A Comissão da Pastoral da Terra vai encaminhar  as demandas e denúncias de crimes ambientais ao Ministério Público Federal para investigação.

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