Pastoral da Terra e Território da Cidadania realizaram o Seminário Regional dos Povos do Cerrado em Teresina de Goiás

Por Evônio Madureira, 


A Comissão Pastoral da Terra, Território da Cidadania e Pastoral da Juventude Rural, realizaram com grande êxito o primeiro Seminário Regional dos Povos do Cerrado em Teresina de Goiás nesta quinta (20). 


Participaram do evento as autoridades locais, os representantes e lideranças dos Povos do Cerrado e das Comunidades Kalunga de Diadema do município de Teresina de Goiás e da Comunidade Kalunga do Brejão no município de Campos Belos, os secretários da prefeitura de Teresina: Valtenes Resende, Martinho Soares, Reinaldo e José Lino e os conselheiros municipais do Turismo. 


Também compareceram o presidente e a coordenadora de projetos da Fundação Mais Cerrado, Bruno Melo e Luciana Amado, Presidente da CDL de Campos Belos Divino Nascimento, senhoras Losa e Marilene da Cachoeira do Poço Encantado, senhora Mires do Hotel Beira Serra, professores Josué e Dirany do Distrito da Prata, os alunos Raul Josué e Lara Josué da Escola Municipal Prata do município de Monte Alegre de Goiás, professora Angelita de Teresina de Goiás, vereadores Rubens e Lucineide de Nova Roma, Alberto Diniz, Vice-Coordenador do Território Chapada e Assistente Social do CRAS de Nova Roma, Claubscheker Madureira, Supervisor da Emater de Nova Roma, entre outros inúmeros convidados que enriqueceram os debates no seminário.


O seminário aconteceu na “Cachoeira do Tum”, de propriedade do senhor Altair Jacundá, localizada há 03 km da sede do município de Teresina de Goiás, um paraíso preservado e ainda desconhecido da população. 


No período da manhã os organizadores do evento fizeram uma análise dos principais rios e nascentes da região onde foi detectado que em todos os municípios que compõe o território chapada (Campos Belos, Nova Roma, Monte Alegre, Teresina, Cavalcante, Alto Paraíso, Colinas e São D’Aliança) estão assoreados e muitos deles correm sério risco de desaparecimento causado pela ação do homem.


A Cachoeira do Tum como ficou conhecida é uma das mais lindas de Teresina. O lugar é um paraíso com sua vegetação natural e uma água limpa volumoso e constante que encanta a todos. 


O senhor Altair Jacundá, disse que quando assumiu a fazenda a nascente estava quase morrendo e não corria mais água no córrego São João. Daí ele cercou a nascente e plantou árvores ao redor e em pouco tempo, mais ou menos cinco anos, a água aumentou e formou uma linda cachoeira. Um belo ponto turístico ainda a ser explorado.


Os coordenadores do seminário professor Josivaldo Moreira e Romerson de Jesus da Comissão Pastoral da Terra formaram grupos de trabalho para apresentarem os principais problemas dos rios e nascentes de cada município.


Cada grupo apresentou a relação de nomes dos principais rios e nascentes que precisam urgente de recuperação e recomposição da mata ciliar. Depois de discutido e analisado os principais rios de cada município presente, chegaram a uma conclusão de que todos os rios e nascentes da região precisam de revitalização. 


Os grupos de Nova Roma e Teresina chamaram a atenção para o assoreamento do Rio Paranã que tem diminuído as suas águas de forma assustadora nos últimos anos. Em certos pontos do rio não é possível navegar. 


Também foi relatado pelos moradores ribeirinhos do Rio Paranã a morte de muitos peixes, principalmente a Arraia na região do Rio Ribeirão no município de Teresina de Goiás. 


Na comunidade kalunga de Diadema, o Rio Ribeirão, que antes não secava, neste ano secou por completo causando grande prejuízo aos moradores que dependem do rio para sobreviver.


O grupo de Campos Belos, Divino Nascimento, Evônio, Professores Josivaldo, Robertinho e Zé Dias, relataram que os rios Mosquito, Bezerra, Jacuba e Montes Claros, e outros precisam urgentemente de recuperação de seus leitos com plantio de árvores para recuperação da mata ciliar, proibindo da extração de areia sem licenciamento ambiental nos rios do município. 


Esta prática é bastante antiga nos Rios Bezerra e Jacuba.


Campos Belos realizou o I Foro de Debate Ecológico em 1999 e nada foi feito para preservar o meio ambiente


Na oportunidade eu falei da importância do I Foro de Debate Ecológico realizado pela AMMUCAB – Associação dos Moradores do Município de Campos Belos, em Campos Belos em setembro de 1999. 


No foro foram debatidos os principais problemas ambientais do município e das cidades circunvizinhas, onde compareceram as seguintes autoridades: Juiz de Direito, Promotor de Justiça, Prefeitos, Vereadores, WWF-Brasil, IBAMA, EMATER, Ambientalistas, Polícia Civil e Militar, Proprietários Rurais, Professores, Alunos e a população em Geral. A TBC – Televisão Brasil Central de Goiânia fez a cobertura do evento e divulgou em nível estadual e nacional.


Ao final do debate que durou o dia todo no ginásio de esportes do setor cruzeiro, os organizadores do evento fizeram encaminhamentos das demandas aos órgãos competentes dos governos para solução dos problemas: recuperação dos principais rios do município e fazer a limpeza dos córregos que cortam a cidade.  


Na Carta de Intenção enviada ao Ministério do Meio Ambiente pela Diretoria da Associação dos Moradores, em outubro de 1999, foram solicitados recursos ao FNMA na ordem de R$ 2.400.000,00 para a prefeitura executar o projeto de recuperação das nascentes da área urbana da cidade, perenização do rio Bezerra e Jacuba, limpeza e canalização dos córregos da cidade, implantação da Coleta Seletiva do Lixo e construção de uma Usina de Reciclagem. Tudo isso mediante apresentação do projeto técnico.  


O Governo Federal exigiu na época uma contrapartida da prefeitura no valor de R$ 48.000,00 para liberação da primeira etapa do recurso que estava previsto para janeiro do ano 2000.  


Todo o trabalho da diretoria da associação foi perdido porque a prefeitura não fez o projeto técnico e não ofereceu a contrapartida dentro do prazo estipulado pelo Governo Federal.

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