Escola Agrícola Federalizada: um novo rumo para a Educação profissionalizante



Por Professor Manoel Aragão, 


“O discurso por uma educação de qualidade está em todos os escritos que publicam e acreditam numa escola que de fato forme pessoas e profissionais. 


A tendência empresarial da década de 90 que primava pela chamada “qualidade total” também foi embrionária na escola pública, embora “morrera” antes de “nascer”. 


Olhando para trás, observa-se que tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei número 9394/96, quanto o Plano Nacional de Educação 2011-2020, especialmente este ultimo, trouxe como uma das metas principais “duplicar as matrículas da Educação Profissional assegurando a qualidade da oferta nos Institutos Federais.

Considerando tais pressupostos, é louvável a iniciativa da Universidade Federal do Tocantins – UFT – através dos Governos Estadual e Federal em assumir as Escolas Agrícolas que na prática não formam, especificamente, ninguém, apenas assumem um conjunto de nomenclaturas como integral, agrícola, agropecuária, inclusiva, mas não condiz com o projeto que se propõe vez que não atende as exigências do mesmo.


Teoricamente, as Escolas Agrícolas foram idealizadas como um modelo que formaria técnicos que atendessem a demanda das regiões de onde viessem os alunos, ou seja, seria um custo benefício para os municípios e o estado com seus alunos “formados”. 


No entanto, há uma discrepância muito grande entre o ideal e o real. 


A saber, em 2008, na Revista Gestão em Rede do CONSED, foi publicada uma pesquisa em que apenas 5% dos alunos matriculados na Escola Agrícola de Arraias pretendiam ser técnicos, isto é, os demais demonstraram interesse por outras áreas de formação tão ambiciosas quanto o sonho de conhecerem outros horizontes.

Sabe-se também que a região sudeste do Tocantins tem apresentado uma nova vocação profissional voltada para a indústria e isso requer mão de obra qualificada para tal, aspecto que UFT já percebeu e consequentemente, pleiteia novos cursos para atender às necessidades do entorno. 


O curso de Educação do Campo e outros na área da mineração que já são “cogitados”, certamente trarão oportunidades ímpares e alavancarão a pesquisa e a qualidade de vida das pessoas beneficiadas.

Na sociedade atual não dá pra se viver de saudosismo, bairrismo ou simplesmente caprichos alimentados pelo comodismo ou zona de conforto, é preciso pensar maior e isso implica projetar com aqueles que serão os futuros profissionais da sociedade pós-moderna, os alunos que infelizmente, muitos ainda aplaudem interesses que nada tem a ver com eles.


Como professor da escola pública, acredito que a incredulidade nas mudanças e o medo do novo, de fato afetam muita gente, mas asseguro também que não dá mais pra se agarrar em velhas teorias ou senso comum de que – “sempre foi assim”, “nada muda” “ a educação é assim mesmo”, “vamos ficar quietos, assim ninguém mexe com a gente” “esse filme eu já vi” – ou seja, alguém tem que dizer o que pensa, para que os que não pensam, comessem a pensar. 

É fundamental salientar que a opinião emitida aqui não se trata de uma posição contrária à permanência das referidas Escolas Agrícolas, muito menos partidária, trata-se de uma forma diferente de enxergar as novas oportunidades, haja vista que o obsoletismo impera há décadas e as pessoas precisam entender isso, e acima de tudo, quebrar os velhos paradigmas do contrário, a escola pública cumprirá a profecia de que tudo muda menos ela”.

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