Bombeiros são flagrados agredindo rapaz durante prisão em Niquelândia (GO)





O major André Luiz de Jesus Aquino, comandante da 8ª Companhia Independente Bombeiro Militar (8ª CIPM) em Niquelândia, instaurou sindicância na manhã da segunda-feira (15) para averiguação de conduta de três subordinados.


Num vídeo em circulação pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, foram gravados em provável situação de desvio de conduta quando efetuaram a prisão em flagrante de um rapaz, acusado de roubar a carteira de uma mulher, na semana anterior.


O fato ocorreu na tarde da terça-feira (8) quando Ramon Adam da Silva, de 22 anos, foi detido pelos bombeiros-militares no Setor Belo Horizonte logo após ser perseguido por algumas pessoas por ter roubado a carteira da pensionista Maria José Machado Pereira, de 49 anos.


Ela havia sacado seu pagamento de R$ 1.435,00 numa agência bancária da região central de Niquelândia e foi seguida pelo rapaz até as proximidades da sua casa, na Rua Ribeirão Preto, oportunidade em que o assaltante lhe agrediu pelo pescoço; torceu-lhe o braço; e ainda lhe deu unhadas exigindo a carteira com a quantia.


Ao ser levado à Delegacia da Polícia Civil de Niquelândia, Ramon Adam disse que roubou Maria José para comprar drogas mas negou que tenha agredido a pensionista durante o assalto.


Porém, o que era para ser um ato de bravura dos bombeiros-militares – já que a missão primordial dos mesmos não é a captura de bandidos – acabou-se tornando um problema para a equipe pois as imagens (captadas pela janela da casa de um morador das proximidades) mostraram que um dos bombeiros, já com o bandido imobilizado, deu um violento tapa no rosto do rapaz e colocou seu coturno na cabeça da ladrão, na região da orelha, prensando o crânio dele com o calçado junto ao solo. 


O segundo bombeiro chamou o rapaz de “peba” (adjetivo que, na Língua Portuguesa, descreve pessoa/algo de baixa qualidade; ruim; e/ou produto barato). 


Já o terceiro bombeiro apenas observou a cena, sem repreender os dois colegas.


“Também recebi esse vídeo no final de semana, no meu WhatsApp. Encaminharemos esse caso à avaliação da Corregedoria do comando do Corpo de Bombeiros em Goiânia. Por norma, o prazo para a conclusão dessa sindicância é de 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30 dias, se necessário for. 


Eu, enquanto comandante da unidade em Niquelândia, nomeei um oficial para fazer a apuração do que ocorreu para que, depois, a corregedoria possa homologar as providências a serem tomadas, eventualmente. 


Prefiro não comentar o assunto antes da conclusão da sindicância, mas são imagens realmente fortes.


A prisão em flagrante, do meliante, é uma fato atípico à nossa missão principal; e trata-se de um caso isolado porque não é do nosso feitio (da corporação) uma atitude daquela magnitude (a detenção do rapaz). Eles (os bombeiros) terão amplo direito de defesa e ao contraditório. 


Porém, quero deixar bem claro que o ocorrido (as agressões filmadas) não faz parte da nossa missão Bombeiro-Militar de atender a sociedade”, comentou o comandante dos Bombeiros em Niquelândia, na entrevista exclusiva ao DN.


Fonte e texto: Diário do Norte 

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