Caminhoneiros e empresários reclamam da demora do governo em desobstruir a GO-118. Já há elevação de preços e escassez de produtos

Empresários, caminhoneiros e representantes de empresas de ônibus estão reclamando da demora do governo de Goiás em desobstruir o trecho da GO-118,  no km 222, após o desmoronamento da pista, que se transformou  numa grande cratera, entre Alto Paraíso de Goiás e Teresina de Goiás, no nordeste do estado.  

A pista foi isolada há 11 dias, no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, quando o talude da rodovia  veio abaixo.

Desde então, caminhões com cargas, ônibus e outros veículos pesados têm que dar uma volta de mais de 400 km, pela cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA), via BR-020.

Um empresário do ramo de gás, na cidade de Campos Belos (GO),  informou que seu caminhão está rodando quase mil quilômetros a mais para fazer o transporte da carga. “Isso encarece o preço do produto e fica difícil não repassar ao consumidor, além da demora em chegar”. 

Nos supermercados  da cidade, muitos produtos estão fora das prateleiras, por falta de reposição, principalmente aqueles mais perecíveis, como hortifrutigranjeiros.

Também estão sendo impactados o mercado de combustíveis. O prefeito Mano, de Teresina de Goiás, disse ao Blog que a cidade está sendo abastecida com combustíveis advindos, após tratativas com empresários de Luís Eduardo Magalhães. Antes, o caminho natural era de Brasília, distante 260 km.  

Outro ramo muito afetado com a paralisação total da GO-118 é do transporte público interestadual.  Ao menos quatro grandes empresas – Real Maia, Real Expresso (Rápido Federa), São José do Tocantins e a Real Sul -, que fazem linhas entra Palmas, Brasília, Goiânia e Dianópolis, são as principais prejudicadas.

Para chegar aos destinos, as empresas também estão usando a rota pela Bahia.  Uma moradora de Brasília nos contou como foi a saga dela para passar o fim de ano com os parentes em Monte Alegre de Goiás.

Tudo começou com as dificuldades em comprar as passagens de ônibus. Primeiro em virtude da grande procura por passagens e da falta de ônibus extras. 

Depois, no dia da viagem, na rodoviária do DF,  o carro da empresa atrasou quase 3 horas.

A viagem, sem a obstrução da GO-118, demoraria, em média, 5 horas.

Mas ela só foi chegar em Monte Alegre quase 14 horas depois e quase mil quilômetros de viagem. Brasília dista de Monte Alegre apenas 370 km.

Nesta segunda-feira (3), um representante de uma das empresas de ônibus, muitíssimo preocupado com a situação, foi ao km 222 da GO-118 ver de perto o andamento das obras e se espantou com a lentidão no conserto.

 “Moço, lá tem apenas 4 caminhões caçambas e uma escavadeira para fazer este serviço. Pior, os caminhões estão indo a Planaltina buscar as pedras. Desse jeito, vão terminar o serviço em meses”, reclama ele, com indignação. 

O representante da empresa de ônibus disse que falta vontade política para resolver o problema.

“Se  o incidente tivesse afetado a rodovia entre São João da Aliança e Alto Paraíso, o ritmo da obra seria outro. Muita gente importante de Brasília e de Goiânia descem para Alto Paraíso. Agora, como ocorreu depois da cidade, nós aqui do cantão do nordeste goiano, não temos muita importância. Daria sim para o governo apressar a liberação dessa obra com muita mais brevidade. É muito prejuízo para muita gente”, disse.

A previsão da Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra) é liberar a passagem para carros de passeio e leves no dia 7 de janeiro, na próxima sexta-feira.

Já para veículos pesados, a demora é bem maior: para meados de fevereiro, quando forem finalizadas as obras de recuperação da rodovia.

Ouça o áudio e veja as imagens feitas.

Deixe um comentário