Bolsonaro parece que precisa também de um bom assessor de imprensa

Ainda há pouco, às 10h, o presidente Jair Bolsonaro “retuitou” uma foto publicada pelo apresentador de TV americano Turcker Carlson.

Na imagem, parece tudo normal, como se fosse mais uma relação entre o mandatário da nação e um jornalista conservador dos EUA.

Mas não está. Um bom assessor de imprensa vetaria a republicação.

O símbolo mais impactante da imagem é um gringo americano usando um cocá indígena, no mesmo mês em que um indigenista brasileiro dos mais conceituados e um jornalista estrangeiro foram mortos, queimados e esquartejados por criminosos, no meio da floresta amazônica, justamente por defender um dos territórios indígenas do país da exploração predatória, com imenso impacto negativo na imagem do Brasil no exterior.

Não satisfeito, há ainda na imagem, junto à bandeira do Brasil, uma pequeno boneco do tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelson Piquet.

Nesta semana o ex-piloto esteve envolvido num desastroso comentário racista, ao chamar, por de diversas vezes, o também corredor de Formula 1, Lewis Hamilton, não pelo nome, para por “neguinho” e de forma muita pejorativo e cruel.

Sim, ele mesmo, Sir Lewis Carl Davidson Hamilton, assim nomeado pela Rainha Elizabeth, da Inglaterra.

Simplesmente sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, nos anos de 2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020, Hamilton é considerado um dos maiores pilotos de todos os tempos, e um dos desportistas mais bem sucedidos da história. O primeiro negro da história a estar sentado neste patamar da categoria de carros.

Piquet perdeu a oportunidade se se calar.

Por fim, à direita da fotografia publicada por Bolsonaro, no lado direito inferior, há o símbolo da nossa prestigiosa Caixa Econômica Federal.

Mas ontem e hoje a Caixa está mergulhada num grande escândalo sexual.

Seu presidente está sendo acusado por diversas funcionárias de seu gabinete de assédio sexual.

À TV Globo, ainda há pouco, três servidoras de carreira contaram que os casos geralmente ocorriam na sede do banco, em Brasília, mas principalmente durante as viagens de trabalho, enquanto as equipes se hospedavam no mesmo hotel.

“Ele abriu a porta apenas de cueca samba canção e a convidou para entrar. Segundo a servidora, Guimarães oferecia em troca “proteção” e “ascensão profissional”, disse uma delas.

Isso mesmo, um bom assessoria de imprensa vetaria essa foto com o gringo americano, principalmente dentro de uma importantíssima campanha eleitoral.

Mas parece que Bolsonaro não gosta muito de seguir ordens, ainda mais de um jornalista.

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