Símbolo do Tocantins: Morre Raimunda Quebradeira de Coco, líder comunitária em povoado de São Miguel do Tocantins


O corpo da líder comunitária Raimunda Gomes da Silva, conhecida como Raimunda Quebradeira de Coco, está sendo velado na casa onde morava, no povoado Sete Barracas, a cerca de oito quilômetros do município de São Miguel do Tocantins, norte do estado. 


Ela lutava contra diabetes e já tinha perdido a visão por causa da doença. Faleceu na própria residência, na noite desta quarta-feira (7).

O enterro deve ser realizado às 17h desta quinta-feira, no município. A líder comunitária ficou conhecida por lutar pela valorização das quebradeiras de coco no norte do Tocantins desde os anos 80.

A prefeitura de São Miguel do Tocantins decretou luto oficial de três dias e ponto facultativo nesta quinta-feira (7). Segundo o secretário de cultura de São Miguel, Orlando Martins, a ex-quebradeira de coco chegou a ficar internada na UTI de um hospital em Imperatriz. Ela recebeu alta há algumas semanas e pediu para retornar para casa.

Raimunda foi uma das fundadoras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), que atua nos estados do Pará, Tocantins, Maranhão e Piauí. 


Ela rompeu as fronteiras do Brasil. Foi à China, aos Estados Unidos, à França e ao Canadá.

A líder comunitária também chegou a ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz e recebeu homenagens da Assembleia Legislativa do Tocantins e do Senado Federal. Em 2009, recebeu o título de doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Tocantins (UFT).

O governador Mauro Carlesse (PHS) enviou nota lamentando a morte da líder comunitária. 


“O Estado do Tocantins perde uma de suas maiores líderes. Dona Raimunda construiu uma extensa folha de serviços ao nosso Estado e ao Brasil, por desenvolver um importante serviço comunitário e também como trabalhadora rural e ativista de destaque nacional, que por sua atuação recebeu, entre outros, o prêmio Bertha Luz, concedido pelo Senado Federal”, diz trecho da nota.

A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, também lamentou. 


“Defensora incansável dos direitos das mulheres quebradeiras de coco do Bico do Papagaio, D. Raimunda utilizou-se do seu reconhecimento político para dar voz e valor às causas dos extrativistas da Amazônia. 

Sua dedicação a um mundo mais justo e igualitário será referência para as gerações futuras. Sua simplicidade e dedicação ao próximo é um exemplo que nos inspira”.

Fonte: G1 e Jornal do Tocantins 

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