Câmara aprova intervenção federal em Roraima
- On:
- 0 comentário
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 290 votos a 69 e 4 abstenções, a intervenção federal no estado de Roraima até 31 de dezembro deste ano.
A medida foi tomada pelo presidente da República, Michel Temer, na última sexta-feira (7) e viabilizada com o Decreto 9.602/18.
Ele vai substituir a governadora Suely Campos (PP) no comando do Poder Executivo do estado, que passa por uma crise na segurança pública, com paralisação de servidores da área em protesto pelo atraso de salários e tensão em presídios locais.
Indicação de secretários
O relator da matéria, deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), afirmou que Temer indicou dois secretários para o Executivo do estado.
Na Secretaria da Segurança Pública, ficará Paulo Costa, que já atua como interventor no sistema prisional de Roraima após um acordo entre o estado e a União, feito em novembro, para que a administração dos presídios estaduais ficasse sob gestão federal até 31 de dezembro.
Devido ao bloqueio de recursos a receber pelo estado, houve rebeliões nas prisões por falta de comida, cujo fornecimento foi suspenso pela empresa fornecedora por falta de pagamento de R$ 5 milhões.
Debate em Plenário
O deputado Edio Lopes (PR-RR) avaliou que a intervenção é um remédio “muito duro”, mas que deve ser aplicado por conta da situação atual de Roraima.
O deputado Jhonatan de Jesus (PRB-RR) lembrou que Roraima já não paga salários. “O governador eleito, além de herdar uma despesa sem tamanho, terá uma dificuldade tremenda se não tiver ajuda da União”, afirmou.
A proposta foi criticada principalmente por parlamentares do PCdoB. O deputado Eron Bezerra (PCdoB-AM) disse que a medida pode abrir um precedente.
O líder do PCdoB, deputado Orlando Silva (SP), afirmou que a crise fiscal e o crime organizado em presídios são questões compartilhadas por vários estados e, portanto, não justificam a remoção de um governante eleito.
O deputado Esperidião Amin (PP-SC), no entanto, disse que a intervenção busca melhorar a condição de vida da população de Roraima. “Seria uma barbaridade não votar esta intervenção, porque o estado está exaurido”, declarou.