Açougueiro é preso em Monte Alegre (GO) por comprar e revender um grande  peixe piraíba, ameaçado de extinção

Um açougueiro de Monte Alegre de Goiás (GO), nordeste do estado, foi preso na manhã desta terça-feira (28), após comprar para revender em seu estabelecimento um grande peixe piraíba.

A espécie está seriamente ameaçada de extinção.

Segundo informações da Polícia Civil, o peixe foi fisgado no Rio Paranã, nas imediações de uma localidade chamada de Funil, por pescadores residentes da comunidade quilombola Kalunga.

Posteriormente, o peixe foi vendido ao açougueiro de Monte Alegre, que, desavisado, publicou nas redes sociais o “produto” que chegara em seu estabelecimento.

A espécie à venda era uma fêmea matriz, que poderia continuar reproduzindo muito no rio Paranã.

Na piracema, época de reprodução dos peixes, secretarias estaduais de Meio Ambiente, como a do Estado de Goiás e do Estado do Tocantins, costumam proibir a pesca de determinados peixes, entre eles a Piraíba.

Na piracema, em geral, há proibição de captura, transporte, armazenamento e comercialização de 12 espécies em todo o estado: cachara, caparari, dourado, jaú, matrinchã, pintado/surubim, piraíba, piraputanga, pirarara, pirarucu, trairão e tucunaré.

Os pescadores devem estar com suas licenças, em casos de abordagem da fiscalização ambiental. Além disso, é vedada a utilização de artifícios para retenção de cardumes, como rações.

Outro ponto a ser observado é que só é permitida a captura e consumo local de até 5 quilos de pescado por pescador.

Neste caso de Monte Alegre, após veicular em redes sociais vídeos em que pessoas retiravam de um veículo uma grande espécie de Piraíba abatida, a inteligência do Batalhão de Policiamento Militar Ambiental de Goiás iniciou diligências para identificar o local e autoria da predação.

Através dos levantamentos, foi constatado que o fato ocorrera no município de Monte Alegre de Goiás.

Os policiais ambientais, já em diligências, localizaram em um açougue o animal já desossado e preparado para venda. A espécie abatida possuía mais de dois metros e cerca de 120 kg.

O homem foi autuado em flagrante por crime ambiental, vai pagar advogado e ter muita “dor de cabeça” com o caso junto ao Estado.

O pescado foi apreendido e doado para instituição de caridade.