Vídeo: perdemos a BR-010
- On:
- 0 comentário
@dinomarmiranda597 Perdemos a BR 010
♬ som original – dinomar miranda
Há 30 anos a comunidade do nordeste de Goiás luta pela pavimentação da GO-447, entre Divinópolis e Monte Alegre de Goiás.
É latente e histórico que estradas trazem desenvolvimento, geram riqueza, trazem escolas e universidades, empresas, prestação de serviço, qualidade de vida, riqueza.
“Governar é abrir estradas”, era o lema de Washington Luís.
Isso ocorreu quando se criou Palmas (TO) e se obrigou a pavimentação da GO-118 para ligá-la até a capital Brasília.
Nos últimos 35 anos, o nordeste de Goiás se transformou, graças ao vai e vem de pessoas e de produtos pela GO-118, entre Palmas e Brasília. Não há dúvidas. Vide a cidade de Campos Belos de 1985 e a cidade de Campos Belos de 2023.
Agora pareço ser incoerente ao me posicionar contra a abertura de um novo trecho de estrada.
Um trecho que vai ligar nada a lugar nenhum.
São 40 km de obras sobre o sertão, sobre o cerrado intacto, para fazer um desvio que vai diminuir a viagem até Palmas.
Com o projeto, a GO-118 será transformada em BR-010, entre Brasília até a ponte do Rio Paranã, na divisa entre Monte Alegre e Teresina de Goiás.
Ali, haverá um desvio à esquerda, logo após a ponte.
O governo vai abrir uma frente de trabalho sobre o cerradão, até chegar a uma rodovia próximo à cidade de Paranã (TO), isolando Monte Alegre (GO), Campos Belos (GO), Arraias (TO).
O trecho da GO-118 entre a ponte do Rio Paranã até Campos Belos não será federalizado; não são será a BR-010.
Claro que o novo trecho pelo sertão vai sim diminuir o tempo de viagem entre Palmas e Brasília.
Mas a que custo?
Vai-se prejudicar três importantes municípios da região, que necessitam desse tráfego Brasília-Palmas e não vai beneficiar nem a cidade de Paranã (TO), pois o entroncamento das rodovias ocorrerá próximo ao povoado Redondo.
O governo federal vai gastar meio bilhão de reais para abrir o cerrado, com bioma ainda intacto, numa ação totalmente contrária à política ambiental, em especial agora com o estouro de um desmatamento recorde do cerrado brasileiro.
Essa obra é um tremendo gol contra.
Contra Goiás; contra os goianos do nordeste do estado; contra o meio ambiente; contra a política ambiental; e contra a boa gestão dos cofres públicos.