Bolsonaro e Michele teriam recebidos clandestinamente pedras preciosas
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Não é o caso Arábia Saudita. Conforme o jornalista Leandro Demori, Bolsonaro e Michele receberam pedras preciosas em Minas Gerais. Elas foram guardadas em um cofre e houve uma troca de e-mails com ordens explícitas para não registrá-las como presente.
É o que denuncia a deputada Jandira Feghali.
O caso Arábia Saudita: jóias avaliadas em avaliadas em R$ 16,5 milhões que acabaram sendo apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos.
Foram trazidas de modo clandestino pelo então ministro de Minas e Energia, o almirante de esquadra Bento Albuquerque.
Bolsonaro fez oito tentativas de meter a mão nessas jóias, a última delas poucas horas de deixar a Presidência, quando seu ajudante de ordens, Mauro Cid, enviou um militar em um avião da FAB até Guarulhos. Mais tarde, saberíamos que Bolsonaro recebeu outros dois conjuntos de jóias.
A nova denúncia parte de um documento oficial, mais precisamente um e-mail. Na conversa registrada estão ajudantes de ordens de Jair Bolsonaro. Ela foi feita em 27 de outubro do ano passado, durante a campanha eleitoral.
No e-mail – conforme relatado ontem pela deputada Jandira Feghali, que leu a mensagem durante a sessão da CPMI do 8 de Janeiro – há o relato de que Bolsonaro recebeu um envelope com pedras preciosas, e que a então primeira-dama Michele Bolsonaro recebeu uma caixa, também com pedras preciosas.
Na mensagem, há informações de que as pedras foram entregues como presente ao casal no dia anterior, 26 de outubro, na cidade de Teófilo Otoni.
A cidade mineira é conhecida como “Capital Mundial das Pedras Preciosas” e havia sediado, em agosto, a 12ª Feira dos Garimpeiros.
No e-mail, o remetente diz que as pedras estão guardadas em um “cofre grande” e há ordens explícitas para mantê-las em sigilo. Segundo relatou Jandira, a mensagem diz o seguinte:
“Mauro Cid mandou dizer: as pedras não devem ser cadastradas e devem ser entregues em mãos para o Mauro Cid.”
A assessoria da deputada vasculhou todos os 1055 presentes registrados pela administração Bolsonaro durante seu mandato. As pedras preciosas não aparecem na relação, são clandestinas.
Conforme apuração de A Grande Guerra, um dos ajudantes de Bolsonaro que aparece na conversa por e-mail é Cleiton Henrique Holzschuk, à época Coordenador Administrativo da Ajudância-de-Ordens da Presidência da República. Cleiton também está envolvido no caso das jóias sauditas.
A CMPI agora deverá convocá-lo para depôr.
Ele poderá explicar que pedras preciosas são essas, quem as deu ao casal presidencial e por qual motivo.