Procurado por tráfico, sequestros e mortes de irmãos policiais de Campos Belos (GO), em 2012, é morto em operação no Rio de Janeiro
Um dos homens mais procurados de Goiás foi morto em um sítio em Seropédica, na Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, na tarde dessa terça-feira (20).
Eduardo Gomes da Silva foi baleado em uma troca de tiros com policiais.
Ele é suspeito de integrar o tráfico de drogas, chefiar sequestros e é condenado pela Justiça de Goiás pela morte de policiais e de civis.
Entre as vítimas do bandido estão os policiais Washington Oliveira de Sousa, que na época tinha 39 anos, e Willian Oliveira Sousa, com 38 anos, naturais de Campos Belos (GO), nordeste do estado, região da Chapada dos Veadeiros.
Eram irmãos e foram executados a menos de um quilômetro da propriedade rural da dupla, no setor de chácaras Campos Dourados, em Aragoiânia, a 35 quilômetros de Goiânia.
Willian Oliveira era um querido amigo de infância deste jornalista.
De acordo com a polícia, o bandido estava se escondendo no município de Seropédica.
O criminoso também usava o nome de Roneudo Pereira dos Santos para se disfarçar e tinha documento falso.
O cerco foi organizado a partir de informações da Delegacia Antissequestro (DAS) de Goiás, e contou com equipes da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil, da Draco e da Core.
Relembre o caso
Em setembro de 2012, a Polícia Civil prendeu quatro pessoas, em flagrante, pelo assassinato dos dois policiais civis.
Os irmãos foram velados na casa da família, na Vila Redenção, na região sul de Goiânia e o enterro ocorreu, sob forte comoção, na cidade natal dos irmãos – Campos Belos.
Washington e Willian entraram para a Polícia Civil em 2012.
Eles tinha prestado serviço em diversas delegacias especializadas e na região do Entorno do Distrito Federal (DF).
Na época, Washington estava lotado na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap). Ele já tinha trabalhado no Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás. Willian atuava no 3º DP, no Setor Marechal Rondon.
A delegada geral da Polícia Civil, Adriana Accorsi, disse naquela oportunidade que a morte dos dois irmãos confirmava que vivemos a banalização da vida.
“Não havia motivo para os homicídios. Faz parte das nossas atribuições de policiais civis, mesmo estando de folga, a ação para evitar o mal para a população”, observa.
Os dois policiais estavam na chácara da família quando o caseiro comunicou que houve um assalto no mercado da região.
O caseiro completou a informação, dizendo que o suspeito tinha passado nas proximidades da chácara machucado.
Mesmo fora de serviço, os irmãos entraram em uma Fiat Strada e procuraram o suspeito.
Com as características encontraram Eduardo Gomes da Silva, 32, e o levaram ao local para reconhecimento, mas ninguém estava mais no estabelecimento comercial.
Eduardo foi colocado na caçamba da picape e o policial Willian foi atrás para segurá-lo e Washington conduzia o veículo.
No retorno para a chácara, Eduardo pediu para ser levado para outra chácara da região de Cleiton Tarcisio de Freitas, 38.
Segundo apurou a polícia, no meio do caminho, uma camionete S10 conduzida por Cleiton avistou a Fiat Strada dos policias.
Segundo a titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Adriana Ribeiro, na caminhonete estavam outras seis pessoas – três homens três mulheres.
Entre as mulheres estava a esposa de Eduardo, Roselita Calixto de Souza, 38.
Roselita gritou e todos desceram dos veículos e iniciou uma discussão.
Nesse momento, Eduardo conseguiu se desvencilhar dos policiais e pegou a pistola de Washington, uma ponto quarenta, que estava dentro do carro em cima do banco.
Eduardo atirou nos policiais que caíram no chão.
Após machucar as vítimas, Eduardo atirou novamente para confirmar a morte dos policiais.
“O Washington estava caído e pediu para não ser morto e levou um tiro na nuca. Ele os executou”, completa a delegada.
Foram detidos em flagrante Eduardo, Roselita, Cleiton e Pablo Rutiere Arruda de Oliveira.
Eles foram autuados por homicídio qualificado por motivo torpe e sem oportunidade de defesa, furto e porte ilegal de arma de fogo e de uso restrito.
Após o flagrante, os suspeitos foram levados para a Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia. O motivo da transferência rápida é a revolta dos outros policiais civis contra o crime.
“Após a prisão, os suspeitos contaram a versão dos fatos e confirmaram que Eduardo executou os policiais”, conta a delegada.
Três dos detidos tinham passagens pela polícia. Eduardo era do semi-aberto e condenado por outro homicídio.
Já Roselita tinha passagem por tráfico de drogas e Pablo por roubo e furto de residência.