Casal curitibano reclama de serviço em pousada de Alto Paraíso (GO) e acusa donos de cárcere; polícia investiga

Um professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a esposa, que moram em Curitiba (PR), entraram denunciou ameaças e cárcere privado, que teriam sido praticados por donos de uma pousada, da região de Alto Paraíso, no nordeste de Goiás (GO).

Em entrevista ao site Banda B, os clientes reclamaram do serviço do estabelecimento e da plataforma onde encontraram a pousada, afirmando que ficaram vulneráveis durante a estadia no período de réveillon, registrando toda a situação em um boletim de ocorrência (BO), feito na delegacia local.

O professor da UFPR, que prefere não ser identificado, explicou que foi até a cidade de Alto Paraíso para conhecer a natureza do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.

Inicialmente, o casal começou a procurar opções de hospedagem na região pelo Booking – popular site de reservas de hotéis, pousadas e hostels – e gostou das imagens disponíveis e serviços ofertados pela pousada denunciada.

“Aí a primeira besteira. Não procuramos a opinião de outras pessoas no Reclame Aqui, não procuramos nada que elogiasse ou difamasse o local. Então, fizemos a reserva (…) e pagamos a metade.

Chegamos a Brasília, alugamos um carro, fomos para lá. Foi de difícil acesso porque já era noite, mas tranquilo de modo geral.

Os donos vieram nos encontrar na estrada porque ficamos perdidos. Até aí, tudo tranquilo. Porém, no primeiro café da manhã, já percebemos que as coisas não estavam bem”, diz o professor da UFPR, que fez a denúncia.

Nesse momento, o casal alega que começou a notar problemas na estrutura da pousada. Aos donos do estabelecimento, os clientes fizeram reclamações sobre o banheiro, a piscina e o café da manhã, diferente do que haviam visto e observado no Booking. No primeiro dia, porém, o casal saiu da pousada para os passeios planejados.

No último dia da hospedagem, no entanto, a situação mudou completamente.

Casal diz ter sido obrigado a pagar por diárias e coagido a ficar em silêncio

Em 31 de dezembro, conforme descrito no BO, que o site Banda B teve acesso, o casal curitibano fez novas reclamações sobre as condições oferecidas pelo estabelecimento de Alto Paraíso (GO), incluindo a falta de limpeza da piscina, banheiro sem box e café da manhã precário.

Foi neste momento que os dois relatam que passaram a ser tratados com mais hostilidade pelos donos da pousada.

” Ele nos exigiu o pagamento integral e imediato sob ameaça (nós nunca nos negamos a pagar as diárias). Voltamos para o quarto, juntamos nossas coisas e realizamos o pagamento do restante do valor (…) que faltava para fechar as três diárias (via PIX), e confirmamos o pagamento por WhatsApp.

Mesmo assim, tivemos a saída da pousada bloqueada pelo carro dos proprietários da pousada, que só nos liberaram sob coação de não fazermos quaisquer denúncia ou postagem”, diz o trecho do boletim de ocorrência (BO).

O professor da UFPR disse que este foi o momento de maior medo, pois estavam em uma região desconhecida e longe de casa.

“Os donos da pousada foram quem fizeram isso com o próprio carro e mais três pessoas, os capangas, imagino. (…) Escondi o celular, embora tivesse feito o pagamento via PIX. Se acontecesse alguma coisa, pelo menos, estaria registrado o local onde fiz o pagamento das três diárias, mesmo tendo ficado um dia a menos.

No fim, saímos de lá e fomos para a delegacia de Alto Paraíso, que estava fechada para plantão. Ligamos várias vezes para o 190 (Polícia Militar), mas ninguém atendeu. O que fizemos foi parar uma viatura da PM na rua e aí fizemos o BO”, disse o denunciante.

O entrevistado ainda lamentou uma situação envolvendo o Booking, site onde foi feita a reserva das diárias nesta pousada na região de Alto Paraíso. Ele disse que publicou o próprio BO no espaço disponível para os hóspedes opinarem sobre o uso dos estabelecimentos que usufruem.

No entanto, pouco tempo depois da divulgação do registro policial, a empresa excluiu o documento sob alegação de “contrariar a política da empresa”.

“Acho que o mais revoltante é que, na verdade, essa empresa, dentro do que ele divulga dizendo que protege os clientes como nós, não fez nada. (…) Então o que temos para sugerir é que tomem cuidado com estes sites. Se for usar, não confie, confie muito mais nas opiniões, nas reclamações de outros sites. Caímos nas mãos de estelionatários, criminosos. Eu nunca imaginei isso na minha vida.”

Apesar das reclamações, o próprio professor entrou em contato afirmando que o Booking fez o ressarcimento da diária que não foi usufruída na pousada em Goiás.

O site Banda B procurou a Polícia Civil de Goiás para saber o andamento das investigações sobre o caso. Em nota, o órgão afirmou que “está investigando o caso”.

Empresa de reservas

O Booking respondeu à Banda B sobre as reclamações citadas pelo casal.

Gostaríamos de pedir desculpas ao cliente por sua experiência de forma geral. Embora os incidentes com reservas sejam incrivelmente raros, essa claramente não é a experiência que desejamos para qualquer pessoa que use nossa plataforma.

Segurança e proteção são extremamente importantes para nós e, após uma investigação, removemos a propriedade de nosso site. Em relação às avaliações que os viajantes deixam em nossa plataforma, nós nos orgulhamos de nosso sistema de comentários, que orienta milhões de viajantes em suas próximas estadias. Neste caso, pudemos averiguar que o comentário foi removido porque incluía informações sensíveis e pessoais, que não estão de acordo com nossas diretrizes.

O que disse a pousada?

Procurada, a pousada de Goiás, alvo da denúncia do casal, não retornou ao pedido de posicionamento da Banda B até a publicação.

Fonte e Texto: Site Banda B