PM de Goiás vai apurar fala de coronel sobre posse de Lula; Caiado também se manifestou

A Polícia Militar do Estado de Goiás (PM) determinou a abertura de um procedimento administrativo para apurar o teor de um vídeo divulgado pelo coronel Benito Franco, ex-comandante das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), em que ele aparece dizendo que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem ele chama de ladrão, “não subirá a rampa”, ou seja, não tomaria posse no dia 1º de janeiro.

Nesta segunda-feira (19), ao comentar reportagem do jornal o POPULAR que informa sobre o conteúdo do vídeo e a fala que aparece no final, o coronel voltou a compartilhar em seu perfil no Instagram a frase “O ladrão não sobe a rampa!”.

Posteriormente, entretanto, a imagem não estava mais visível.

Por meio de nota, a PM acrescentou que a manifestação do oficial, que se encontra licenciado, é “de caráter pessoal”.

“Assim que tomou conhecimento dos fatos, a PMGO determinou a abertura de um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do caso”, informou a corporação.

Questionado sobre o teor da fala do coronel, o governo estadual, também por nota, destacou uma fala do governador Ronaldo Caiado (UB), dita na manhã desta segunda-feira (19) ao ser diplomado para o segundo mandato no cargo, em que frisa a importância do respeito à democracia. 

“Sou um defensor intransigente da democracia, respeitando o resultado das urnas, onde as regras impostas nos fazem curvar a elas.

E, se derrotados, nos preparamos para cumprir o calendário eleitoral, trazendo ideias e propostas que atinjam o coração e a mente do eleitor e que nos deem a chance de chegarmos ao poder”, é a frase do Caiado destacada pelo governo.

Procurado pela reportagem novamente nesta segunda, o coronel escreveu apenas duas palavras: “publica rápido”. Nas redes sociais, ele respondeu a alguns internautas que o criticaram nos comentários da publicação sobre a reportagem no perfil do POPULAR no Instagram. 

“Acho que o senhor pode estar um pouco equivocado… Só acho”, disse a um internauta que afirmou que ele fica “pianinho” quando vê o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O coronel também reclamou por informações das urnas para uma auditoria para pelo menos outros dois internautas.

Como foi o caso ?

O Coronel da Polícia Militar de Goiás, Benito Franco, publicou vídeo em suas redes sociais na última terça-feira (13) “alegando” que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não irá tomar posse no dia 1° de janeiro.

Segundo ele, o atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) não obteve nenhum voto em 48 seções em territórios indígenas, o que com provaria uma suposta fraude nas eleições.

O militar está na Polícia Militar há mais de 25 anos e também foi comandante do batalhão da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam) entre 2019 e 2021, que foi bastante notado ao trabalhar no caso do Lázaro Barbosa, em junho de 2021.

Ele também disputou as eleições deste ano para deputado federal.

O vídeo que repercutiu nas redes sociais, com o título ‘22 Bolsonaro não teve nenhum voto de nenhum índio no Brasil inteiro’, o coronel diz que “o presidente aguentou esse tempo todo e você reclama que o presidente está em silêncio? Só o fato dele não ter anunciado e reconhecido a vitória do ladrão já diz tudo […].

Pelos meus filhos, pelos seus filhos. Até pelos seus filhos, eleitores do Lula, que não se importa de obter as coisas licitamente, eu, coronel Benito Franco, da Polícia Militar de Goiás, ex-comandante do batalhão de Rotam, falo com todas as letras: o ladrão não sobe a rampa”, destaca.

Em nota, o coronel não se posicionou sobre o ocorrido, somente destacou sobre o papel dos meios de comunicação. Ele também removeu a gravação das redes sociais.

“Um veículo de comunicação em massa tem, antes de tudo, é até do lucro, a responsabilidade social.

Por responsabilidade social, leia-se, no caso, a cobertura do interesse coletivo que sobrepuja o individual.

Logo, o que acrescento é que a “opinião” da massa, que pode ser adquirida na cobertura das manifestações, é muito mais de interesse social para nação, que a individual de alguém, pode ser qualquer um, do mais miserável mentalmente ao Presidente da República. Isso se chama democracia, a voz da maioria, o coletivo sobrepujando o individual”, alegou.

O questionamento é devido a uma notícia do jornal Folha de São Paulo que foi publicada no dia 13 de novembro, no qual apontava que em Roraima, Bolsonaro teve 76% dos votos válidos e, devido a isso, o militar destaca a vitória de Lula em uma das 15 cidades roraimenses, que tem aproximadamente 10 mil habitantes e o petista registrou 68% dos votos.

Já a outra notícia é da revista Carta Capital, sobre a possível indagação que Lula tivesse sido eleito em 48 seções indígenas no segundo turno. Conforme os especialistas da revista, o cenário é resultado das políticas implementadas pelo governo Bolsonaro aos povos indígenas nos quatros anos em que esteve à frente da Presidência da República.

Com informações de O Popular

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