Expresso Chagas, da Fiocruz, chega à cidade de Posse (GO)
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) vai apoiar o evento Expresso Chagas 2, a ser realizada, nos dias 3, 4 e 5 de novembro, em Posse, no Nordeste Goiano.
O Expresso é uma exposição educativa sobre a doença de Chagas de iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro. Posse foi escolhido por ser um dos municípios do Brasil com os maiores indicadores de vulnerabilidade para a doença.
De acordo com a organização, o evento vai oferecer oficinas e atividades de ciência e arte para falar sobre os desafios da doença de Chagas no século 21, como visibilidade, notificação, diagnóstico, tratamento, educação e qualidade de vida.
O Expresso busca solucionar a questão da invisibilidade da doença e ainda realizar uma busca ativa de pessoas na fase crônica assintomática.
A biomédica e responsável técnica pelo programa estadual da doença de Chagas em Goiás, Liliane da Rocha Siriano, explica que o programa vai abrir caminho para a discussão do tema e fortalecer a Associação Goiana de Portadores da Doença de Chagas (AGPDC), recém-criada em 2021.
“Goiás é um Estado endêmico da doença de Chagas, ou seja, temos vários casos constantes. Atualmente, a estimativa é de 200 mil portadores da doença no território goiano. Nos últimos cinco anos, nós tivemos uma média de 712 óbitos por ano.
O Expresso, aliado com outros projetos em Goiás, é uma oportunidade de diagnosticar, fazer o tratamento e evitar as mortes”, explica Liliane.
O evento é aberto para toda a população interessada no tema. Profissionais da Fiocruz do Rio e membros da Associação Rio Chagas também vão estar presentes nos três dias de evento, que será realizado no Ginásio de Esportes Leônidas Augusto Figueiredo. Nos dois primeiros dias, a programação é das 8h às 16h. No dia 5, o Expresso será encerrado às 13h.
Doença de Chagas
O cientista brasileiro Carlos Chagas foi quem descobriu a doença, em 1909. Natural de Minas Gerais, Chagas realizava estudos sobre malária quando descobriu um novo microrganismo no sangue de animais e de pessoas da região norte do Estado, o Trypanosoma cruzi.
Além do parasita, Chagas descreveu a doença aguda, a doença crônica, o inseto vetor, conhecido como barbeiro, os reservatórios animais e as condições sociais de pobreza que propiciam a transmissão do parasita e o desenvolvimento da doença, que tem tratamento.
Trem imaginário
A exposição Expresso leva às cidades um trem imaginário, com estação e vagões temáticos, como analogia ao vagão no qual morou e trabalhou o cientista Carlos Chagas em Minas, no início do século 20, durante suas pesquisas. Esta é a primeira atividade presencial após o período da pandemia. Confira:
Vagão 1: Associações – espaço destinado à interação e conhecimento entre as associações de portadores e pessoas afetadas pela doença de Chagas e à luta pelo direito aos cuidados em saúde.
Vagão 2: Laboratório – espaço para os participantes olharem em microscópios e lupas e refazerem a descoberta de Carlos Chagas observando o parasita e os barbeiros, se atualizando sobre as pesquisas em doença de Chagas, fazendo teste diagnóstico para rastreio, notificação e tratamento com benzonidazol e outras estratégias complementares.
Vagão 3: Brincar e descobrir – espaço para visitar algumas obras escolhidas de Cândido Portinari sobre a temática da pobreza e da alegria, e para entrar em uma artéria gigante e descobrir os elementos do sangue, essencial para a infecção e o diagnóstico da doença de Chagas.
Vagão 4: Casa e Saúde Única – espaço para conhecimento sobre a relação entre pessoas, animais e ambiente, no contexto da grande diversidade de barbeiros e mamíferos que hospedam o Trypanosoma cruzi, com a geração dos diversos cenários de risco que precisam ser identificados nas casas e nos peridomicílios onde a transmissão pode ocorrer.
Isabela Melo/Comunicação Setorial
Foto: Expresso Chagas/Facebook