Artigo opinião: “a disputa pelo voto evangélico no Brasil”
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Por Ariel Souza; de Campos Belos (GO)
Toda disputa eleitoral saudável deve ser pautada pelo debate de ideias e propostas. Não havendo ideias e tampouco propostas, a tática de Bolsonaro para vencer as eleições é colocar o povo evangélico e cristão do Brasil contra Lula.
Para isso, Bolsonaro e seus aliados vem promovendo pânico moral com mentiras e fake news ligando Lula, de forma covarde e caluniosa, a tudo que é demoníaco. A bola da vez é a de que Lula irá fechar as igrejas. O objetivo é usar o medo dos cristãos como arma política para conseguir voto e engajamento político.
Neste cenário, o povo evangélico brasileiro, que em sua maioria são pessoas boas e inocentes, que busca a igreja como forma de consolo para as duras batalhas que enfrentam em um país extremamente desigual e cruel com os pobres, está sendo vítima da máquina fascista bolsonarista de desinformação e manipulação.
De norte a sul do país, as igrejas evangélicas se tornaram verdadeiros currais eleitorais a serviço do fascismo e da extrema direita onde o medo e o pânico moral trabalham a serviço da manipulação.
A mais recente mentira lançada era de que o candidato Lula iria fechar as igrejas. A informação por si só é mentirosa e caluniosa.
Além disso, a afirmação se torna ainda mais absurda frente a realidade. Lula como sabemos governou o Brasil por 8 anos, e considerando os seis anos de governo Dilma, somam-se 13 anos.
Em nenhum momento ao longo desses 13 anos houve qualquer indício de atentado as igrejas ou ao cristianismo. Pelo contrário, a lei 10.825 de 2003 do governo Lula assegura a liberdade religiosa e a livre manifestação da fé.
É importante ressaltar que essa estratégia nefasta não é nova na história humana. Usar a religião para promover pânico moral foi uma arma usada por diversos líderes fascistas no passado.
Os exemplos mais emblemáticos é o de Mussolini na Itália e Adolf Hitler na Alemanha. Ambos apelaram para a religião como instrumento de domínio da opinião pública usando o medo e a desinformação.
Com isso conseguiram se alçar ao poder, corromper as instituições democráticas, instaurar ditaduras e promover os mais cruéis crimes contra a humanidade e aos direitos humanos. Na Itália de Mussolini, por exemplo, a igreja católica foi grande aliada da ascensão do regime fascista.
Diante desse cenário caótico, precisamos nos mobilizar em torno de uma campanha de desconstrução dessas mentiras que são propagadas.
Conversar sobre o assunto de forma pacífica e educada com nossos irmãos evangélicos é uma ótima iniciativa. Por outro lado, a disseminação de fake news é crime previsto em lei, denunciar os autores dessas práticas é também uma ótima forma de combater o avanço do fascismo bolsonarista.