Desfigurada, “eu não pude enterrar minha mãe”, diz filha de Dona Neura
- On:
- 0 comentário
A filha de Dona Neura, Paula Fernanda, de 25 anos, ainda não consegue assimilar o que aconteceu com sua mãe, Neurice Torres, morta no Assentamento Dom Roriz, em Minaçu, no domingo, 11 de setembro.
No centro do caso está Sidrônio Alves de Lima, de 47 anos, pai dela, apontado como o principal suspeito de matar a agricultora de 53.
Dona Neura, como era conhecida, foi encontrada seminua e com a cabeça mergulhada em uma caixa d’água, com sinais de estrangulamento.
Em entrevista ao Portal NG, a filha Paula, que mora em Goiânia, disse que a mãe vivia sozinha no assentamento, após os três irmãos, filhos dele e dela, buscarem destino para estudar e trabalhar na capital. “Ela ficou lá morando algum tempo com meu pai, e depois eles se separaram.
Meu irmão mora na faculdade, e quando ele ficava de férias, ia pra roça ficar com minha mãe”, disse ela.
Ela disse que falava diariamente com a mãe, inclusive, no dia do crime.
Paula recebeu uma mensagem da mãe no celular 1 hora da madrugada dizendo que o pai estava ali, nas redondezas da casa.
Quando foi às 9h da manhã recebeu outra mensagem de uma vizinha das terras, dizendo que ela estava morta, e que foi encontrada por um amigo, moto-taxista, que levava Neura à cidade, com dia e hora marcada.
“A gente quer justiça. Até agora a gente não teve descanso. A gente não encontrou ele ainda. A nossa sensação é de impotência e indignidade, porque fizeram o que fizeram com minha mãe, e ninguém pagou por isso.
A gente não pode nem sepultar minha mãe, porque a situação do corpo dela, não dava. A gente não teve uma despedida digna pra ela. A gente tá tão triste e tão abalado, e com o coração tão partido, porque amávamos muito a minha mãe”,
“Minha mãe sempre falou que se acontecesse alguma coisa com ela, o principal culpado era ele. Porque ela nunca foi de ter inimizade com ninguém. Minha mãe era muito dócil, todo mundo gostava dela. Sempre foi da igreja, sempre foi”, disse ela. “A vida dela era entre o trabalho da fazendinha e a igreja”, disse.
Após a primeira denúncia, Paula afirma que se encontrou com o pai apenas uma vez, informalmente, no Filó.
“A gente sempre chamava ela pra vender aquilo lá, e morar com a gente, em Goiânia, mas ela sempre dizia não. Não podia deixar aquilo que ela sofreu tanto para conquistar. Deixar pra ele. Está sendo muito doído isso tudo”, argumenta.
Fonte e texto: Portal NG.