Pesquisa mostra o que há por trás dos números – nem sempre reais – dos influenciadores no Brasil
O mercado de marketing de influência tem terreno fértil e promissor no Brasil. Segundo a Nielsen Media Research, atualmente existem mais de 500 mil influenciadores no país.
Para se ter uma ideia, a quantidade de dentistas formados no Brasil é de 374 mil, segundo o Conselho Federal de Odontologia (CFO).
Os influenciadores digitais ou influencers trabalham e lucram com a influência que exercem sobre um determinado público – o chamado Marketing de Influência, em que reputação, credibilidade, habilidades de comunicação geram confiança entre a audiência e o influenciador digital, potencializando o poder de engajamento e conversão.
“A internet é um espaço cheio de possibilidades para quem trabalha nela, seja para uma marca ou empresa, seja para um influenciador – e quando um encontra o outro, acontece o marketing de influência.
O influencer apresenta um produto ou serviço para seus seguidores, que podem passar a consumir o que lhes foi indicado. Bom para as marcas, bom para o influenciador”, explica a especialista em estratégia digital e CEO da agência AcoutPlus, Adriana Coutinho.
Porém, um cenário tão promissor e com pouca ou nenhuma barreira de entrada pode acabar atraindo quem pensa que apenas números são suficientes. Isso é o que indica a “Pesquisa: Influenciadores falsos no Brasil”, realizada pelo HypeAuditor junto à Apex.
O estudo examinou mais de 500.000 contas brasileiras de Instagram com mais de 1.000 seguidores, e os resultados desvendam que existem muitas contas fraudulentas, ou seja, que têm números inflados por robôs ou seguidores falsos.
“Há diversas formas de verificar se uma conta tem uma base falsa. Ter um alto número de seguidores, mas eles serem fakes, faz com que o perfil não desempenhe positivamente em uma campanha de marketing de influência.
Se os seguidores são fakes, eles não irão interagir, muito menos ouvir as dicas ou consumir o serviço ou produto recomendado. No entanto, é importante saber que uma base com robôs nem sempre é resultado de compra de seguidores.
Outras circunstâncias, como aparições do influencer em grandes veículos de comunicação ou a participação do perfil em sorteios podem atrair robôs também. É preciso fazer uma análise mais aprofundada para compreender o que pode estar ocorrendo”, ressalta Adriana.
O que os números dizem
Segundo o estudo do HypeAuditor com a Apex, em média, 56,24% dos influencers são impactados por fraudes no Brasil, um percentual bem acima da média dos Estados Unidos, que é de 33,89%.
Os influencers da Geração Z são os mais impactados por fraudes com 59,6%, seguidos pelos da Geração Y (55,5%), da Geração X (49,4%) e pelos Baby Boomers (33,1%). Os segmentos mais impactados por fraudes são Moda, Modelos, Lifestyle, Beleza e Luxo.
“O influenciador precisa saber que a fraude na base de seguidores, nos comentários e nos likes é prejudicial, seja proposital ou não.
A contratação desses serviços de compra de seguidores vai contra os Termos de Serviço de várias plataformas, não só do Instagram”, comenta Coutinho.
“Não tem atalho: o jeito certo de construir uma carreira bem estruturada nas redes, seja como nano ou mega influenciador, é trabalhando organicamente, construindo uma comunidade, produzindo bons conteúdos e criando. Nenhum ‘atalho milagroso’ vai trazer resultados consistentes”, finaliza a especialista.
Adriana Coutinho, empresária, palestrante e digital influencer. Founder e CEO da Acout Plus, empresa especializada em gerenciamento e posicionamento de imagem nas redes sociais. Idealizadora dos métodos T.E.R e CRIAS, Adriana Coutinho dissemina seu conhecimento adquirido nos últimos 10 anos de mercado. A empresária conta com grandes cases em seu portfólio como Arezzo, Walt Disney, Universal Music, Niely Cosméticos, Cleo Pires, Luísa Sonza, Fábio Júnior, entre tantos outros.