Museu Correios recebe mapa telegráfico da expedição de Marechal Rondon
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Uma demanda inusitada, recepcionada pelo canal de atendimento dos Correios, trouxe à estatal um verdadeiro achado histórico.
O serviço de relacionamento com cliente foi a forma encontrada pela professora aposentada de História, Aparecida Beraldo Bicudo, de 74 anos, moradora de Campinas (SP), para propor a doação de um mapa elaborado por seu avô, Hormindo Bicudo, que trabalhou na expedição de Marechal Rondon.
Sr. Hormindo foi telegrafista – profissionais homenageados neste 24 de maio -, no então Departamento de Correios e Telégrafos (DCT). Aparecida conta que, há alguns anos atrás, um comprador chegou a manifestar interesse em adquirir o mapa, mas que não houve interesse de sua parte, uma vez que, há mais de 40 anos, o mapa foi guardado em família.
“Meu pai tinha muito orgulho do meu avô telegrafista, e ele só me contou desse mapa um ano antes de falecer, em 2005. Estimo que o mapa tem mais de 100 anos. Decidi doar o material na esperança de que ele poderá ser melhor cuidado e apreciado pelas pessoas”.
O mapa telegráfico tem riqueza de detalhes, apontamentos de rios, morros e até campos de aviação da região do Parecis, atual município de Campo Novo do Parecis/MT, local onde o major do Exército Brasileiro, Dácio Mesquita Bicudo, pai de Aparecida, nasceu.
A peça tem valor afetivo e sentimental para a família. “Meu pai, até os 10 anos de idade, viveu na Serra dos Parecis, morou até em posto telegráfico. Quando tive conhecimento do mapa, já estava um pouco deteriorado. Pode até ser que tenha algum valor comercial para colecionadores, mas, para nós, importa que seja bem cuidado por especialistas e visto por várias gerações”, espera a professora.
Museu Correios
A equipe de Documentação Histórica dos Correios recepcionou e observou o caráter histórico da peça, que foi prontamente aprovada para ser incorporada ao acervo do Museu Correios, sediado em Brasília/DF. Após firmado o Termo de Doação de Acervo, o mapa telegráfico passará por novas etapas, entre elas, a avaliação das condições físicas do documento pela equipe técnica do Museu, que definirá quais procedimentos de conservação serão necessários para que a peça receba poucas intervenções.
O intuito é amenizar maiores danos causados pelos mais diversos agentes de degradação, biológicos, químicos, inclusive da ação humana, buscando manter, ao máximo, as características e registros originais. Se necessário, a peça constará na lista de itens a serem restaurados pelo Museu.
Sobre o valor histórico da peça para os Correios, que trata do mapeamento geográfico de um período de grande expansão telegráfica no Brasil, referenciada pela participação do patrono das Comunicações, Marechal Rondon, o Museu realizará pesquisas que comprovem com mais exatidão a contribuição dos detalhes e apontamentos registrados no documento. Há ainda a possibilidade do mapa telegráfico compor a agenda de exposições da estatal.
No Museu Correios, por exemplo, segue em cartaz a mostra “Os Sinais e As Coisas – Das Fogueiras à Internet” que conta a história das telecomunicações no Brasil e exibe um panorama da evolução dos sistemas de comunicação.