Gerente de fazenda humilha caminhoneiro e diz que “goianada” só sabe furtar
@dinomarmiranda597 Gerente de fazenda humilha caminhoneiro e diz que “goianada” só sabe furtar
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Um caminhoneiro, que passava por uma das rodovias que cortam o município de Cabeceiras (GO), no nordeste do estado, resolveu parar no acostamento e apanhar algumas espigas de milho da plantação da fazenda Bianco, uma das maiores produtoras agro de Goiás.
Mas o caminhoneiro foi flagrado no furto pelo gerente da fazenda, que naquele instante trafegava por ali, numa picape S10, branca.
O gerente desceu do veículo, começou a filmar a cena com o seu telefone celular e se aproximou do homem.
Bastava chamar a polícia, se quisesse repreender e punir o rapaz, que transportava combustível. Se bem que a área onde as espigas foram retiradas pertence ao Denit. A fazenda usou terras públicas para plantar na beira da estrada.
Mas foi muito além e sua atitude se transformou num grande problema, que mexeu, não apenas com a honra e o brio, humilhando o trabalhador, mas com toda a comunidade do estado de Goiás. Sua fala tem repercutido fortemente.
O gerente da fazenda, que mora em Formosa (GO), postou a gravação nas redes socais, que por óbvio viralizou.
“Vou mostrar como se faz agora com essa goianada”, disse ele em um dos trechos do vídeo. Depois de obrigar o homem a devolver cerca de 20 espigas de milho, o gerente da fazenda ainda continuou a ofender os goianos. “Aqui no Goiás tem essa mania de roubar as coisas dos outros”.
O Blog não vai publicar o vídeo para não expor ainda mais o caminhoneiro. Mas transcrevemos o trecho da fala do gerente.
“Aqui ó, chegou a procurar na internet o dono dessa empresa? Aqui ô motorista, um ladrão, ó. Roubando meu milho. Parabéns cara. Você acaba de ser notificado como ladrão. Põe lá dentro da caminhonete. Eu vou passar para a polícia. Vou mostrar como é que faz agora com essa goianada roubando milho.
Não tem vergonha na cara!? Não tem caráter. Se eu for lá na sua casa, entrar lá, entrar no seu quintal e pegar alguma coisa, sou ladrão ou não sou? Não custa nada pedir. Porque que tem que pegar. Vou passar para polícia agora. Para que isso sirva de exemplo para todo o mundo.
Aqui no Goiás tem essa mania de roubar as coisas dos outros. Achar que o cara planta e é assim que funciona. Eu vou educar esse pessoal. Nunca mais faça isso. Que sirva de exemplo para ti. A fazenda é ali. Não custava nada. Se quer, só pedir. Eu dou. Não tem importância não. Agora roubar é feio. Nunca mais, viu”, disse o representante da fazenda Bianco ao homem que apanhava as espigas de milho.
Goiás se transformou num grande celeiro do país graças, inclusive, à tenacidade do povo gaúcho, que chegou no estado a partir da década de 1980 e imprimiu na região grandes técnicas de produção.
Foram bem recebidos pelos goianos e aqui ficaram raízes e construíram suas famílias. A atitude do gerente, que tem o sobrenome típico de imigrantes europeus, não soou bem.
O prefeito da cidade de Cabeceiras (GO), Tuta, ligou para do dono da fazenda Bianco e denunciou o gerente. Além disso, fez uma Nota à Imprensa sobre o caso.
“Boa tarde a todos, foi com muita tristeza que recebi o vídeo desse episódio envolvendo o caminhoneiro e o gerente da fazenda Bianco, logo em seguida fiz contato com o proprietário da fazenda, Arno Bruno Vaz, por não ter o contato do gerente Fernando.
Exigir que o próprio se retratasse com a fala desrespeitosa com o nosso querido povo goiano e com a sociedade de bem, é inadmissível que uma pessoa se acha no direito de corrigir um erro com exageros e humilhações. Portanto em nome de todos os Cabeceirenses e o povo Goiano, fica aqui a nossa nota de repúdio e indignação ao episódio, segue o áudio dirigido ao Arno Bruno e a retração do Fernando gerente da Fazenda Bianco”, escreveu o prefeito.
Jacó Rotta, Presidente do sindicato Rural de Cabeceiras também se pronunciou.
“Bom dia a todos. Eu, Jacó Rotta, Presidente do sindicato Rural de Cabeceiras, venho por meio desta nota expressar nossa indignação, para com a atitude tomada pelo gerente da fazenda Bianco. Tenho certeza que, nenhum dos produtores rurais de Cabeceiras e região, concorda com tal inconveniência, somos gratos pelo município por dar oportunidade a todos. Concluímos que a atitude tomada extrapolou os limites do bom senso e respeito ao próximo. Não é certo pegar sem permissão, mas não justifica tal atitude. Em nome de todos os produtores, pedimos desculpas pelo ocorrido.”
Após a repercussão, inclusive em rádios locais, com entrevista das partes, diversas ameaças começaram a surgir. Uma delas dizia que os goianos iriam tocar fogo no milharal, assim que ele tiver seco. “Ele vai ter que colher o milho é verde. A história chegou nos ouvidos dos goianos”, disse um deles.
Ouça abaixo a fala do prefeito Tuta ao dono da Fazenda Bianco