Seis pré-candidatos se lançam para governador de Goiás

Ao fim do prazo de filiações partidárias, primeira etapa relevante do calendário eleitoral, o cenário da disputa ao governo de Goiás tem seis pré-candidatos, com o governador Ronaldo Caiado (UB) saindo à frente com apoio de oito partidos.

Os dois principais adversários, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, e o deputado federal Vitor Hugo se filiaram ao Patriota e PL, respectivamente, sem nenhuma outra sigla aliada até o momento.

Vitor Hugo conta com reforço de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição.

Já a disputa ao Senado foi zerada com a confirmação da desistência do ex-ministro e ex-secretário da Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles.

Na briga pelo governo, Novo, PT e PCB já haviam lançado pré-candidatos: Edigar Diniz, Wolmir Amado e Helga Martins, respectivamente.

Nesta largada da pré-campanha, há dúvidas sobre PSDB e PSB, que ainda podem lançar nomes para o Palácio das Esmeraldas. Os tucanos buscavam ficar junto com Gustavo Mendanha, mas a direção do Patriota veta a aliança.

O ex-governador Marconi Perillo, que preside o PSDB, é cotado para a disputa ao governo, mas também pode tentar Senado ou vaga na Câmara dos Deputados.

Já o PSB garantiu fato novo esta semana com a filiação do ex-governador e ex-presidente do PSDB José Eliton, determinado a ajudar na articulação de uma frente de centro-esquerda em um cenário de disputa que avançou para três nomes que representam a direita.

José Eliton teve reunião na quinta-feira com Wolmir Amado, que manifestou interesse em união com o PSDB. Marconi, no entanto, afirmou ser improvável uma aliança no primeiro turno em Goiás por conta do histórico de divergências entre as duas siglas.

Na corrida por apoios, Mendanha tentou até a noite de terça-feira se filiar a um partido da base do presidente Bolsonaro, depois do fracasso na articulação para ir para o PL.

Na segunda, depois de conversas das cúpulas nacional e local da sigla em seu favor, o ex-prefeito assistiu à decisão de Bolsonaro de apoiar Vitor Hugo e o ex-senador Wilder Morais (PL) para a disputa ao Senado.

Mendanha ainda tinha esperanças de ir para o PP ou Republicanos, mas acabou sem garantia de espaço e fechou com o Patriota.

Na reta final, as investidas de Caiado foram fortes, com conversas com lideranças de diversos partidos e oferta de espaço no governo para tirar o Podemos do grupo de Mendanha.

Segundo a assessoria do governo, Caiado tem apoio garantido, além do Podemos e do MDB, que indicará o candidato a vice na chapa, Daniel Vilela, Solidariedade, PRTB, PSC, Avante, PV e PTB. Pelo menos outros quatro têm priorizado as conversas com a base governista.

A aposta do grupo de Mendanha é de que, até o prazo das convenções – 20 de julho a 5 de agosto -, os partidos não contemplados em seus interesses no governo possam compor coligação com o ex-prefeito.

Ele é quem mais precisa de reforço, já que tem tempo de televisão mínimo (30 segundos) e poucos recursos de fundo eleitoral.

Caiado, além de contar com um amplo grupo de partidos, está no partido que terá o maior tempo de propaganda e o maior fundo do País, após a fusão do DEM com o PSL.

Neste sábado (2), vence o prazo de filiações, janela partidária, desincompatibilizações e mudanças de domicílio eleitoral de pré-candidatos.

Reações

Na sexta-feira (1º), o governador comentou pela primeira vez, em entrevista à CBN Goiânia, os movimentos dessa reta final, minimizando o apoio de Bolsonaro a Vitor Hugo e alfinetando Mendanha.

Ele disse que a decisão do presidente era esperada e que o eleitor goiano não vincula as disputas presidencial e estadual.

“O presidente sempre mostrou uma grande simpatia ao Major Vitor Hugo, que sempre foi uma pessoa muito ligada a ele. Não causa nenhuma estranheza. Acho que essa sempre foi uma posição muito clara por parte do presidente”, afirmou para completar:

“Nada disso impede que as pessoas no estado de Goiás possam fazer sua opção. Os goianos nunca tiveram essa preocupação de verticalização de candidaturas. O eleitor de Goiás saberá escolher tranquilamente quem deve ser governador, quem deve ser presidente da República”.

Caiado também ironizou as declarações de Mendanha sobre possível uso político de instituições para perseguição.

“Estou na vida pública há 35 anos e nunca tive esse receio. Não sei se é alguma preocupação pessoal que ele tem. Sinceramente isso não é preocupação da política porque quem determina qualquer ação é a justiça, não é governo”, disse o governador.

Ele ressaltou que já atuou como oposição na política e nunca temeu. “Já fui oposição a governos federais, governos estaduais, e nunca na minha vida tive esse receio. Então essa confissão aí é realmente preocupante”, disse.

Na quinta-feira (31), em entrevista coletiva de despedida do cargo em Aparecida, Gustavo afirmou que recebeu informações de que, no dia em que deixasse a prefeitura, com a perda de foro, poderia ser alvo de operações policiais.

“Eu sei que, em um processo como esse (eleitoral), poderão querer utilizar as instituições. Eu acredito muito no Judiciário goiano, acredito no trabalho da Polícia Civil, no Ministério Público e espero que não venham a utilizar politicamente a essas instituições contra alguém que coloca o nome como pré-candidato a governador.”

Senado

A disputa ao Senado tem apenas Wilder Morais com chapa definida. Outros quatro partidos apresentam nomes, mas ainda não têm abrigo: os deputados federais João Campos (Republicanos) e Waldir Soares (UB); o ex-deputado e presidente do PP estadual, Alexandre Baldy, e o senador Luiz do Carmo, que nesta sexta-feira se filiou ao PSC.

Após a saída de Meirelles, o PSD também tenta convencer o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, a se apresentar como pré-candidato ao Senado. Ele estava disposto a disputar vaga na Câmara dos Deputados, mas anunciou desistência após a morte do pai.

Os aliados do governo afirmam que o processo foi zerado com a saída de Meirelles, que tinha preferência para a vaga.

Caiado afirmou que a decisão deve ficar para o prazo final das convenções. “A primeira regra da política é não suprimir etapas. A definição da chapa pode ocorrer até o dia 5 de agosto”, afirmou.

Fonte: O Popular

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