Comunidade quilombola Brejão, de Campos Belos (GO), recebe o Secretário Nacional de Igualdade Racial
O Secretário Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Paulo Roberto, esteve ontem em Campos Belos (GO), nordeste do estado.
O compromisso oficial do Secretário foi na comunidade quilombola Brejão, local onde conheceu o projeto Farinhando, uma iniciativa da Secretário Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial em conjunto com o Instituto Federal Goiano, Campus Campos Belos.
Esta foi a primeira visita de uma autoridade do Ministério à comunidade.
O prefeito de Campos Belos, Pablo Geovanni, a presidente da Câmara de Vereadores de Campos Belos, Ivone do Touro, e o diretor do IF-Goiano na cidade, professor Fabiano Arantes, também participaram do evento, que reuniu centenas de moradores da comunidade.
Além de conhecer o andamento do Projeto Farinhando, in locun, Paulo Roberto também recebeu um ofício da Associação dos Moradores solicitando mais benefícios para a comunidade, como a escavação de um poço artesiano, um trator com grade e a construção de um espaço multicultural, que no futuro vai receber os eventos da associação, assim como salas de computador e acesso a internet.
O secretário recebeu o documento e disse que vai batalhar junto ao Ministério para levar as melhorias solicitadas.
Hoje a comunidade usa um espaço de uma igreja e os estudantes, em especial as crianças, não têm acesso público de internet e nem computadores à disposição.
Paulo Roberto disse que gostou do projeto Farinhando. “Todos estão de parabéns. Estamos vendo um belíssimo trabalho sendo realizado”, disse.
Projeto Farinhando
O Projeto Farinhando, implantado em setembro passado, nasceu das mãos do professor Fabiano Arantes, diretor do IF-Goiano em Campos Belos, que recebeu cerca de R$ 330 mil, por meio de um Termo de Descentralização de Crédito, proveniente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
O objetivo é fortalecer os arranjos produtivos locais, através de um projeto de extensão, que potencializará a produção de mandioca na região.
A mandioca é, hoje no Brasil, uma das principais culturas para o pequeno produtor, em especial na comunidade Brejão.
Diante disso, o projeto possibilitará a geração de renda para as famílias cadastradas no projeto e ainda será uma fonte de informações para, que a partir das orientações técnicas repassadas pelos profissionais e estudantes do IF Goiano, poderão ser realizados também projetos de ensino e pesquisa.
O projeto está sendo implementado em 4 fases e terá uma duração de 15 meses.
Serão adquiridos implementos agrícolas, dentre eles, uma fábrica de farinha móvel, e outros equipamentos e insumos necessários para a execução e manutenção do projeto.
A partir da primeira experiências, outras comunidades interessadas poderão ser contempladas em outras edições, uma vez que os equipamentos passarão a ser de propriedade do IF Goiano – Campus Campos Belos.
Segundo o autor e coordenador do projeto, o diretor-Geral Prof. Fabiano Arantes, a ideia nasceu da inquietação em construir ações concretas que pudessem promover mais dignidade, esperança, desenvolvimento e geração de renda, junto às comunidades quilombolas no nordeste goiano, especialmente após a realização do I Encontro Interinstitucional de Educação e Cultura no território Kalunga, em 2016.
“Ele é resultado de muitas conversas realizadas com o Prof Elias de Pádua, nosso Reitor, com a equipe que colaborou no desenvolvimento da ideia e com a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção e Igualdade Racial, ligada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, especialmente com as servidoras Arlene e Pollyanna, que acreditaram na ideia, e foram muito importantes, a quem agradeço.
Ele disse também que esta será uma ótima experiência, que poderá ser replicada a outras comunidades quilombolas, em assentamentos rurais e ou grupos de pequenas propriedades rurais, num futuro próximo.
“Tenho certeza que o Projeto Farinhando, é um marco para o IF Goiano – Campus Campos Belos e será exemplo de promoção de políticas públicas e desenvolvimento regional, através da educação, para quem precisa tanto”.
Os trabalhos de implantação do projeto já se iniciaram em setembro do ano passado.
Dentre as muitas ações estão previstas reuniões de planejamento, visitas técnicas, processos licitatórios para a aquisição de todos os equipamentos e insumos necessários, orientação no processo de produção da mandioca, aproveitamento de seus produtos e subprodutos na produção de alimentos para humanos e animais, com a utilização da fábrica de farinha móvel.