Mãe faz “pastinha do amor” com cartas e mimos para filha desde a gravidez. Entrega foi agora, aos 15 anos
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Só o amor é capaz de produzir encantamentos, inclusive com ações muitos singelas, mas carregadas de significados.
Uma professora de Lavandeira (TO), sudeste do estado, entregou nesta semana a sua filha, debutante de 15 anos, um presente guardado a “sete chaves”.
A professora Rosana Márcia de Souza, ainda grávida de sua única filha, decidiu guardar tudo que dissesse a respeito da nova rebenta. Os resultados dos exames, as ultrassonografias e não parou por aí.
Decidiu também, logo após o nascimento, escrever cartinhas para a pequena Bárbara Lis de Souza Lopes, que no último dia 2 de agosto completou seus 15 anos.
Era um acesso precioso àquela memória afetiva, que provavelmente se perderia no tempo.
Na “pastinha do amor”, também havia poesias, declamadas, incialmente pela mamãe coruja e, logo depois, textos da própria Bárbara. Ali também coube fotografias, desenhos da pré-escola, os primeiros rabiscos.
” Às vezes, colegas da escola onde trabalho perguntavam para quem eram as cartinhas que eu estava escrevendo. Dizia que era para minha filhinha. Ela mora comigo, mas escrevo cartinhas para ela. As pessoas se surpreendiam e achavam lindo”, conta Rosana.
“Este presente é para o meu presente. Porque ela foi um presentão da minha vida”.
Nas linhas, se registrava tudo e nos mais diversos momentos.
“Quando ela começou a andar e a falar; das pessoas com quem ela convivia e se dava bem. Quem mais tinha carinho por ela; a relação entre mim e o pai; a nossa separação. Meu novo casamento, a relação com seu padrasto. As cartinhas eram uma conversa franca entre mãe e filha”.
Nas memórias escritas estavam momentos diários que a bebê não conseguiria guardar, como os natais em família, os dias das mães e os aniversários.
“Quando o garoto João Hélio morreu em São Paulo (SP), em fevereiro de 2007, arrastado pelo carro sequestrado por ladrões, aquilo me marcou muito. Então escrevi uma poesia naquele momento, que também foi para a pastinha. Ali tinha um misto de medo e empatia com a mãe de João Hélio. E como chorei naquele dia”.
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