Por suposto erro, criança de 4 anos fica com bracinho torto para o resto da vida, diz mãe
Uma mãe de uma criança, de apenas 4 aninhos, procurou o Blog para denunciar um suposto erro médico em atendimento do Hospital Público de Campos Belos (GO), após a filha quebrar o bracinho e procurar uma das unidades de Saúde.
A mãe conta que em 12 de março passado, ela deu entrada com a criança no hospital com o braço quebrado. Após realizar o raio X, o médico de plantão puxou o braço para o lugar. O raio X foi repetido, mas o osso não tinha voltado por completo ao lugar.
Ainda de acordo com a denunciante, o médico pediu para que a colocassem no gesso. Mas após o retorno, no pós gesso, outro raio x foi feito e descobriu-se o osso estava colado, mas torto e fora do lugar. O médico pediu para tirar o gesso e colocar uma faixa, pois dentro de 20 dias o braço dela estaria normal e assim foi feito.
“Mas o braço continua do mesmo jeito até hoje com o risco de sequelas para sempre. Eu estava em Brasília fazendo tratamento na gestação, achei estranho e, ao retorna para Campos Belos, a levei no hospital novamente para saber o que estava acontecendo. Foi aí que o médico disse que a faixa era só para ela perder o medo, mais que o braço iria voltar ao lugar,” conta.
Segundo a mãe da menina, ao procurar os raios x antigos no computador da unidade hospitalar, não foram encontrados.
O medico pediu para fazer outro raio x, que detectou que o osso havia dado uma dobra e tinha dado um desvio. Um médico ortopedista constatou que seria preciso cirurgia.
“Fomos encaminhadas para Goiânia no dia 20. Chegando lá, comuniquei ao motorista da ambulância que ele deveria esperar a criança ser avaliada pelo médico, coisa que ele não fez. Foi embora sem avisar, deixando-nos em Goiânia a Deus Dará. Passei o resto da noite em um banco, no escuro, com frio e fome, de resguardo de 7 dias, com uma criança de 4 anos no colo, sem conhecer ninguém. Um absurdo.”
A mãe diz que conseguiu vir embora apenas com ajuda de terceiros, pois os números da UPA não atenderam.
“Ligamos até na Central de regulação em Formosa atrás do número da UPA. Hoje nos encontramos em Brasília fazendo acompanhamento com ortopedista pediátrico para fazer a cirurgia. Este especialista disse que depois do processo cirúrgico, a criança terá sequelas, como um braço maior que o outro”.
A mãe conta, ainda, que a criança, linda, tem vergonha de mostrar o braço e até mesmo em sair de casa, para ninguém ver o defeito. “Nem o pai pode olhar. Ficou com também sequelas psicológicas.
Não iria expor o caso, pois acreditava que minha filha não teria sequelas, mas depois da consulta de hoje, resolvi expor pois é uma criança que já sofre por essa negligência médica. Hoje estou em Brasília, passando por dificuldades para poder tá fazendo acompanhamento da criança”, declara.
O outro lado
A Secretaria de Saúde de Campos Belos (GO) foi procurada para falar sobre o caso e esclarecer a denúncia da mãe e emitiu uma Nota Oficial.
“A paciente procurou o serviço de emergência em 12 de março de 2021, com quadro de queda da própria altura, referindo dor intensa em membro superior direito. O exame de raio X evidenciou fratura em terço médio de rádio, com luxação.
O plantonista em questão realizou a redução incruenta da fratura com posterior reavaliação com 30 dias, na tentativa de evitar procedimentos invasivos.
Após 30 dias, a paciente vem para o retorno e retirada de imobilização, onde constatou-se que o osso retornou a luxação, tendo calcificado fora de posição. Na ocasião, o médico plantonista encaminhou a paceinte para avaliação cirurgica.
Portanto, o médico agiu de acordo com conduta esperada, pensando sempre no bem-estar da paciente, que infelizmente evoluiu desfavorável, sendo necessário procedimento cirúrgico posterior.”
Sobre o abandono da família em Goiânia, a prefeitura nada disse.
Para além disso, o prefeito Pablo Geovanni e a nova secretária de saúde precisam explicar as diversas denúncias de cidadãos da falta de remédios e itens básicos nos atendimentos da unidades de saúde municipais.
Fato que não cabe na cabeça do cidadão, principalmente pela vultuosa quantidade de dinheiro disponibilizada pelo Orçamento Público à Saúde, todo mês.