Crônica: Vidas destroçadas
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Por Dinomar Miranda,
Quantas vidas destroçadas, meu Pai!
Era preciso ser tão duro para ensinar a humanidade a buscar o caminho da luz; para retornar aos trilhos da boa aventurança?
Senhor, este remédio está sendo duro, muito duro e não condiz com sua infinita bondade. Não pode ser essas suas ações de ensinamentos ou tão pouco dever de penitência.
Todos os dias o sofrimento vem a galope, como se deleitasse no dorso de um corcel negro e impávido; invade os seios das famílias, traz o manto da dor e os sustentáculos de milhares de lares, que é seu também, Pai, são ceifados, sem a mínima reverência ou qualquer cerimônia.
Quantos filhos, esposas, netos, irmãos, amigos estão em prantos!
Por que castigar todos e não apenas aqueles que teimam em negligenciar e a desdenhar de sua grandeza.
Não está sendo justo, Pai.
Ou nós é que não estamos conseguindo identificar os nossos próprios erros, nossas próprias fragilidades, nosso próprio descaminho?
Ao menos as futilidades, a insensatez, a falta de amor aos outros e a nós mesmos podem ser o segredo dessa charada, mais mundana do que divina. É isso?
Que ao menos sejamos obrigados a fazer uma reflexão sobre tudo e sobre todos, sobre nossas ações e omissões.
Não, essa a espada amarga, pesada e cruel, não pode e nem deve vir à toa; sem qualquer vestígio de crescimento e de engrandecimento, pessoal e humano.