Curiosidades sobre zumbis e bonecas vodus

Por Dinomar Miranda 




O cinema hollywoodiano imortalizou nos filmes de terror a figura dos zumbis como espécies de mortos que foram ressuscitados por espíritos malignos, para perseguição aos humanos. 


Parte dessa lenda bebeu do voduismo norte-americano, praticado no sul daquele país, principalmente em Nova Orleans, na comunidade negra. 


Mas na tradição do voduismo haitiano, o zumbi é um ser humano a quem um sacerdote lhe roubou a alma. Este roubo é feito mediante técnicas de magia negra, quando a pessoa está morrendo e imediatamente depois de morrer.




A alma é conservada em uma garrafa pelo ladrão, que a partir desse momento tem o controle absoluto do corpo da pessoa morta. 


Esta carece de pensamento e controle autônomo, de modo que pode ser manejada como um escravo por parte do sacerdote, num estado de transe cataléptico, como uma espécie de ‘morto vivo’. 


Com o passar do tempo, o zumbi vai deteriorando-se, como se aprodecesse, e finalmente seu corpo acaba por morrer também.




Mas não foi isso o que descobriu Wade Davis, um pesquisador norte-americano e etnobotânico que publicou um livro intitulado “A Serpente e o Arco-Íris” (Zumbis, vodu, magia negra). 


Segundo ele, os sacerdotes do vodu seriam capazes de induzir um estado cataléptico (transe) em suas vítimas, um transe tão convincente, que parecem autenticamente mortas, e assim são declaradas e sepultadas. Posteriormente seriam retiradas de suas tumbas e, mediante uma cuidadosa combinação de drogas, seriam mantidas em um estado catatônico. 


Wade Davis, que fez várias pesquisas no Haiti, descobriu que o estado de transe era resultado do uso de drogas.




Davis afirma ter descoberto exatamente a fórmula usada pelos sacerdotes para converter uma pessoa em zumbi.


 As ervas, usadas por um perito, efetivamente reduziria a vítima a um estado catatônico comparável com o de morte. E constatou também que, quando o feiticeiro profanava a tumba do “morto” depois do sepultamento, dava outra porção à vítima para tirá-la de sua catatonia, embora a pessoa jamais voltasse a ser a mesma.




Ela ficaria então reduzida ao nível mental de uma pessoa a quem se extirpou parte do cérebro. Este último aspecto seria devido à privação de oxigênio que sofreria o cérebro, conseqüência do ambiente fechado do ataúde em que foi colocado “morto”. 


Para Wade Davis, a formula secreta tinha como ingredientes, além de narcóticos diversos, tetradotoxina, veneno neurotóxico que se encontra em baiacus e em rãs venenosas.




Entretanto é necessário afirmar que os zumbis são um fenômeno menor dentro da cultura rural do Haiti e não uma parte da religião Vodu em si.




BONECAS – Já a prática de furar “bonecas vodu” com agulhas foi usada como um método de amaldiçoar um indivíduo, por alguns seguidores do que veio a ser chamado “Nova Orleans Voodoo”. 


O ritual não é original do “vodu” de Nova Orleans, mas tem suas bases em dispositivos mágicos europeus baseados tais como a “poppet”, quanto o nkisi ou o bócio da África ocidental e central.




As bonecas de “vodu” não são uma característica da religião haitiana, embora as bonecas feitas para turistas possam ser encontradas em Porto Príncipe. 


A prática tornou-se associada ao Vodu novamente através dos filmes amerianos. (D.M.)

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