Lixo hospitalar é jogado sem nenhum tratamento no “aterro sanitário” de Campos Belos

Seringas, embalagens de soro, remédios com validade vencida, agulhas, luvas, gases usadas e material cirúrgico.


Todo esse material pode ser encontrado no aterro sanitário de Campos Belos.


Os hospitais da cidade têm jogado seus perigosos resíduos no “lixão”, sem nenhum tratamento, colocando em risco a saúde de muitas pessoas, principalmente das centenas de crianças que frequentam o local em busca de recicláveis.


Como se não bastassem as faltas de planejamento e da destinação correta do lixo urbano produzido, o descarte de material contaminado agora é outra preocupação, merecendo, inclusive, a intervenção do Ministério Público.


A irresponsabilidade pode ser dividida entre o Poder Público e os hospitais produtores do lixo, que evidentemente, pelos restos ali jogados, não dar para identificar se é da Casa de Saúde (uma clínica particular) ou do Hospital Municipal, as duas únicas instituições de saúde da cidade.


De acordo com a Resolução nº 36, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), hospitais, clínicas e laboratórios teriam até o ano de 2004 para se adequarem às normas de manuseio, controle e destinação do lixo hospitalar.


Há também, desde 1993, uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que baixou uma série de normas rigorosas de seleção, isolamento e transporte deste tipo de material.


Mas a falta de comprometimento dos órgãos públicos e dos hospitais permitem que a população fique exposta a esse tipo de resíduos.


Infelizmente, essa é uma realidade de mais 80% dos municípios brasileiros. Segundo uma pesquisa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município do Rio de Janeiro, apenas 12% das cidades possuem aterro sanitário e a destinação segura para o lixo hospitalar.


E o caso de Campos Belos ainda é mais grave. A pouco mais de 4 km do lixão, corre o rio Montes Claros, um dos principais do município e fornecedor de boa parte da água consumida pela população.


Se nada for feito, o chorume, líquido poluente originário dos processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos, poderá contaminar tanto o lençol freático, como os pequenos córregos que levam água ao Montes Claros.


A situação é grave.


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