Salário parlamentar: um aumento descabido

Paulo Maluf:  que “sorrisão”, hem deputado! 
Na foto, os apoiadores do escandaloso aumento


As chances de o novo salário mínimo ser de R$ 580, como querem os representantes das centrais sindicais, são remotas. 

“É difícil fixar o mínimo em R$ 580, porque não tem orçamento”, 

Estas são as palavras do ministro da Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

Na sexta-feira (17), a relatora-geral do Orçamento, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), disse que manterá a proposta de fixar o salário mínimo em R$ 540 reais.

Enquanto isso, na vizinha Praça dos Três Poderes, a Câmara dos Deputados acaba de aprovar o aumento de seus 513 deputados e  dos 81 senadores.

Ao iniciarem a 54ª legislatura, em 1º de fevereiro, perceberão um subsídio de R$ 26,7 mil, pela abertura dos trabalhos. 

Um aumento de 61% em relação aos R$ 16.500 de salário que recebem atualmente. 

Esse valor se repetirá no contracheque dos parlamentares até 31 de janeiro de 2015 e pagaria o salário de um trabalhador assalariado durante os próximos quatro anos. 

E o pior disso é o efeito cascata.

Todas as Assembléias Legislativas irão aumentar os respectivos salários de seu membros. 

Ou melhor, muitas delas já aumentaram, em razão de terem aprovadas leis de reajustes automáticos. 

Segundo a Constituição Brasileira, o deputado estadual pode perceber até 75% dos subsídios de um parlamentar federal. 

No Rio de Janeiro, por exemplo, os rendimentos de um deputado estadual passam de um um valor de R$ 12.384 para R$ 20.000. 

E mais. O abismo que separa o vencimento dos deputados e senadores da realidade remuneratória do brasileiro não se resume aos trabalhadores que recebem o salário-base. 

A assertividade que marcou a votação do reajuste de 61,8% no subsídio dos parlamentares não se repete quando o Legislativo tem que decidir sobre melhorias na remuneração de profissionais de áreas-chaves para o país, como médicos, professores e policiais.

A PEC 300 (Projeto de Emenda da Constituição) que estabelece um piso para os policiais militares de todos os estados dá toda a pinta de que não vai passar.  


O projeto não tem apoio dos ministros regentes da economia e tão pouco dos governadores de estado. 

Nosso país é assim. Quando os brasileiros veem uma pequena luz no final do túnel, com a melhoria da renda, crescimento econômico e queda do desemprego, recebem  um banho de ducha fria como este. 

Mas a verdade seja dita: os parlamentares nacionais estão pouco se lixando para sociedade. Pensam somente em seus bolsos e, de preferência, cheios. 



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