Sou contra a lei da palmada
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A Câmara dos Deputados aprovou recentemente o projeto “Lei da Palmada”, que proíbe pais de aplicarem as famosas palmadas em seus filhos. O projeto vai agora para apreciação do Senado.
Tenho que esta é mais uma daquelas leis feitas para ser politicamente correta, mas sem qualquer efetividade.
Acho uma intromissão do Estado em assuntos prioritariamente da “Instituição Família”.
Há alguém mais capacitado e adequado para cuidar e educar uma criança do que seus pais? Há alguém mais habilitado para impor limites e dizer não aos pequeninos?
Os defensores da lei da palmada indicam que os corretivos aplicados em casa seriam uma das origens da violência doméstica. Que a palmada quase sempre se transforma em sofrimento psicológico e em sessões de espancamento em casa.
Não concordo. Para os pais “exagerados” há outras leis para coibi-los: a de maus tratos e a lei da tortura… Qualquer um, pais ou não, que promover seu show de espancamento e abusos poderá ser enquadrado nos ditames do código penal.
O que será considerado um crime pela nova lei? Uma tapa na bunda, uma bofetada, um acocho na fralda, um beliscão, um sacolejo, o aumento da voz?
Como ficaram outras formas de agressões não físicas, como a humilhação verbal, a ironia, a crítica constante, a falta de cuidado com os filhos, a falta de autoridade, o desinteresse?
Vejo que a intenção maior é mudar a cultura do brasileiro de aplicar os corretivos.
E quem vai fiscalizar a lei das palmadas? A polícia? Outro membro da família? O vizinho?
A polícia evidentemente não é. Sobra para os membros da própria família ou para os vizinhos.
Observo aí já um Estado policialesco à fascista, assim como observado na história contada no livro 1984-Big Brother.
Quem fará a farra mesmo serão os vizinhos bisbilhoteiros, o ex-marido magoado, a ex-mulher vingativa, a empregada demitida, a funcionária ofendida.
Veja o tamanho da encrenca.
Como disse a educadora Lya Luft, “Não é uma lei invasiva que vai nos tornar melhores pais, melhores educadores, melhores pessoas. É a cultura, são as condições sociais econômicas, e culturais, é a educação quem informa e forma direito”.