Homem que Justiça obrigou a cumprir quarentena em Aurora do Tocantins concede entrevista
Elio Tavares Lima, 45 anos, se viu envolvido em uma polêmica após ter um áudio seu ameaçando quebrar o isolamento após confirmação de contágio de Covid-19 em Aurora, sudeste do Tocantins o que levou o Ministério Público a conseguir na Justiça uma decisão que o obriga a ficar em quarentena até 21 de maio.
Confira a entrevista transcrita conforme a pronúncia do entrevistado.
O senhor poderia explicar essa confusão envolvendo o senhor?
Eu não vou citar nome de ninguém, mas teve uma pessoa que ligou aqui e me procurou: cê foi pro velório? Eu falei, fui com um primo meu.
Então não foi o senhor?
Eu moro aqui, tenho meu negócio aqui [um bar na cidade], minha família toda mora aqui eu vou fazer uma besteira daquela, moço? Já que eu tou isolado aqui já faz oito dias que estou em isolamento?
Como o senhor explica os áudios terem ido parar no processo do Ministério Público?
Rapaz, eu tou falando procê, depois que eu sair dessa quarentena aí, eu vou investigar, vou levar no delegado duas ligações que me ligaram aqui, eu até agora… o caboco não me ligou mais..
Como que o senhor está se sentindo com essa repercussão, se tá cumprindo a decisão da Justiça?
A gente não vai fazer isso [quebrar o isolamento] o pedido que a médica fez para o isolamento a gente tá obedecendo, se Deus quiser… se for para ficar 40 dias nós vamos ficar. Eu tô dentro de casa, tranquilo.
O senhor está bem, de saúde, está com algum sintoma?
Não tou sentindo nada. Tá beleza. Graças a Deus, tou sentindo nada não. Eu tô bem, tou tomando meus remedinhos tranquilo e não vou sair não, só vou sair dia que médico falar, Elio pode.. tá liberado, mas do contrário, enquanto não sarar não vou sair daqui.
O senhor acha que foi contaminado no velório que participou?
Eu nem sei onde eu arrumei esse problema, sei o seguinte, é tentar combater o mal. Eu tive rodando, tive em Campos Belos, Goiás, lá já tava contaminado, andei muito por lá caçando novilha pra comprar, então pra mim não foi no velório.
E o senhor está sozinho em casa?
Sim. Eu sou solteiro. Minha mãe e meu pai moram na fazenda, tenho uma fazenda lá perto do Balneário Dourado, já ouviu falar?
Não, não conheço, fica onde?
Eu moro em Aurora, mas o balneário fica aqui, subindo por uma estrada de chão.
Certo. Muito obrigado. O senhor tem algo a acrescentar?
Eu só quero dizer que aquele comentário que saiu de que falei isso aí, só quero me defender aí, porque não sou aquele tipo de gente não. Tou aqui para defender a cidade, a população, minha família é toda de Aurora, gosto muito de Aurora.