Transmissão ao vivo do “Mensalão” é uma lição ao mundo

A transmissão ao vivo do julgamento do “Mensalão” no Supremo Tribunal Federal para todo o país, pela televisão e pela internet,  tem uma contribuição fantástica para o amadurecimento da democracia brasileira. 

Poucas Cortes mundo afora têm a coragem e a ousadia de expor os seus magistrados, principalmente de Supremas Cortes, como tem feito o Brasil, em transmissões ao vivo pela TV. 

É comum e histórico, e até faz parte da cultura dos togados,  magistrados restringirem, ao máximo, os conteúdos dos seus julgados, de seus votos, a íntegra de seus relatórios. 

As transmissões de julgamentos como este, além de expor sobremaneira os posicionamentos dos juízes, seus votos, suas fundamentações, expõe também os inevitáveis embates entre os julgadores, que às vezes chega a descambar para o lado pessoal. 

Ontem, no voto preliminar de pedido de desmembramento dos processos de parte dos réus, o bate boca entre o relator, ministro Joaquim Barbosa, e o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, que chegou a ser tachado de desleal, indica o quão tenso e estressante é  e será um julgamento como este. 

E tudo isso, assistido ao vivo, por milhões de brasileiros em suas casas, no trabalho, nos veículos, pela TV, pelo rádio, pela internet,  semelhante a jogos da copa do mundo, disputando ombro a ombro com o maior evento esportivo mundial, as Olimpíadas, a audiência das emissoras e dos sites. 

É uma lição de cidadania para o mundo; é uma prova inequívoca do amadurecimento da democracia nacional. 

E com tamanha audiência; com milhões de olhos e mentes voltadas para o julgamento, torna-se até mais difícil aos ministros serem injustos com os próprios anseios da sociedade. 

Todos ganham: a justiça brasileira, a democracia, a sociedade, a moralidade pública. 

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