Uso de sucatão por empresa de ônibus gera protesto em Campos Belos



Com colaboração de Jefferson Victor de Souza e Danilo Santos


A rodoviária de Campos Belos foi palco de confusão e protesto na noite do último dia 8 de janeiro


O motivo foi a insatisfação de passageiros e usuários da empresa São José do Tocantins, única concessionária a fazer o trajeto para Goiânia, a capital do estado.

A confusão começou quando estacionou na plataforma de embarque um ônibus que faz as linhas de estrada de terra para conduzir os passageiros para Goiânia. 



Tão logo estacionou, passageiros e acompanhantes se revoltaram com as condições do ônibus, que estava desprovido de tudo: ar-condicionado, banheiro, bancos decentes, enfim do conforto básico. 


Passageiros cercaram o motorista, que tentava a todo custo dar explicações sobre o porquê de um veiculo, caindo aos pedaços, ser usado para um trajeto  de 600 km e mais de 10 horas de viagem. 


As argumentações não foram aceitas e ele quase foi agredido  por um grupo mais exaltado. 

Depois de quarenta minutos de discussão, a polícia militar foi acionada para conter a revolta.  



A empresa propôs 30% de desconto do valor da passagem para que o problema fosse resolvido, o que gerou mais vaias, num sinal de protesto contra a imoralidade da proposta.

Apenas por volta das 22h, a empresa resolveu trocar o veículo velho, porém em melhores condições para viagem. 
Esse possuía banheiro, mas também não tinha ar-condicionado. 


Após inspecionarem o ônibus, os passageiros, diante da necessidade de estarem em Goiânia no dia seguinte, resolveram seguir viagem, já quase 11 hora da noite. 


Empresa monopoliza linha há quase 30 anos

A empresa São José do Tocantins detém a concessão da linha há quase 30 anos e coíbe com cunho ditatorial qualquer “intruso” que se arrisque a transportar passageiros na mesma rota. 



Seus fiscais denunciam às autoridades, imediatamente, vans ou micro-ônibus, que são afastados, mantendo assim a monopolização do trecho, mesmo sem ter a mínima o condição de prestar o serviço. 



A São José iniciou as atividades para a linha Campos Belos-Goiânia nos anos 80, com dois ônibus para Goiânia. 


Mesmo após tantos anos de exploração, ainda insiste em fazer a mesma linha com os mesmos dois ônibus ( trocaram ao longo dos anos, é verdade), apesar da população usuária ter aumentado muito neste período. 

A empresa também presta serviço a uma mineradora que se aportou no município, com cerca de três mil funcionários, o que representa um aumento significativo no número de viajantes. 


Ou seja, faturamento existe, falta apenas respeito ao usuário.

Normalmente, a São José disponibiliza um ônibus à noite para Goiânia, as 20h30 e um outro, que perfaz o percurso durante três dias da semana pela manhã. 



Quando o ônibus lota, passageiros ficam à mercê de um eventual ônibus extra, que só é criado com autorização de Anápolis. 


O que deixa os usuários sem opção de viajar, pois não tem nenhuma outra empresa que faz o mesmo trajeto.

São inúmeras as irregularidades cometidas pela empresa: ônibus sem conservação, sujos, insuficiência de vagas e até mesmo a falta de opção de se escolher a poltrona que o passageiro quer viajar. 



São limitadas as passagens à venda em cada município, sendo a numeração pré-determinada para cada localidade, além de não aceitar cartão de crédito ou débito. 

Uma passagem de ônibus 
outra empresa, de Palmas a Goiânia, percurso de 940 Km, semi-leito, sai por cerca de R$ 60,00. 


O trecho Campos Belos-Goiânia, com 600 km, a passagem custa R$ 95. 


Isto exemplifica um dos vários abusos cometidos pela empresa e pela falta de concorrência. 

Os usuários exigem alternativas para a melhoria do transporte de passageiros. 



É preciso que autoridades fiscalizadoras tomem providências. 


Há uma necessária intervenção do Ministério Público a fim de moralizar o caos estabelecido e  fazer valer o estatuto do consumidor e demais legislações que regem a concessão do serviço público. 

Inclusive já  foi criado um movimento denominado “FORA SÃO JOSÉ!”, que deseja suprir a letargia dos órgãos públicos. 

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