Saúde de Campos Belos recebeu R$ 1,3 milhão de reais entre janeiro e maio deste ano

Semana passada ocorreu mais um problema sério no sistema de atendimento de saúde de Campos Belos, cidade no nordeste de Goiás, a 400 km de Brasília. 

Uma
jovem, vítima de violência doméstica, agredida a facada por seu
ex-namorado, não foi atendida na unidade
hospitalar municipal por falta de médico.
A jovem teve que ser levada às pressas a uma unidade médica particular para não perder a vida.
Tenho que o prefeito Aurolino Santos Ninha tem que dá prioridade absoluta na resolução desta “crise” que abate o hospital municipal.  

Não sei qual é a real situação da
unidade, pois a prefeitura pouco se comunica com a sociedade. 

É falta de verba?
Há dificuldade na contratação de médicos?  faltam medicamentos? 
A prefeitura precisa ser transparente, principalmente com quem faz comunicação.

Ministério da Saúde repassou mais de um milhão de reais

Com um simples acesso ao site do Ministério da Saúde,
identifiquei que o município de Campos Belos recebeu repasses do governo
federal, entre 1º de janeiro e hoje (28/05), na ordem de R$ 1.378.359,15. 

Destrinchando os dados, a atenção básica recebeu R$ 686 mil; os
atendimentos de média e alta complexidade obtiveram R$ 573 mil; a vigilância em saúde R$ 21 mil;
assistência farmacêutica, R$ 46 mil e investimento, R$ 50 mil.
É necessário relembrar que esses valores são apenas de
repasses do governo federal. 

Há ainda verbas do estado de Goiás e do próprio município. 

Conforme
reza a Constituição Federal, os 
estados  devem  garantir 
12%  de  suas 
receitas  para  o 
financiamento à saúde. 

 
os  municípios  precisam 
aplicar  pelo  menos 
15%  de  suas receitas.
Diante disso, se constata que as verbas estão sendo
encaminhadas para a saúde pública do município. 

Mas será que esse valores não
são suficientes?  Pode ser que não,
pois  Campos Belos atende também pacientes
das cidades vizinhas, que obviamente não repassam os valores gastos.
A questão da falta de médico também é um problema no Brasil
inteiro. Os médicos não querem trabalhar nas cidades do interior.  

Por isso mesmo o Brasil já tem plano de
contratar médicos cubanos, portugueses e espanhóis, sob forte resistência da
classe médica.
Todos essa problemática nós conhecemos. Só não sabemos qual é a real situação do sistema de saúde
municipal.  

Falta transparência por parte
da prefeitura, que não informa e não mantém um relacionamento aberto com a
comunidade.

E fica a questão. Falta verba mesmo ou a gestão do sistema
não é eficiente? 

O fato é que saúde pública é importantíssima e os gestores de Campos
Belos têm que dá prioridade a esta situação que está perto de virar
uma crise. 

E com graves consequências para a população, que na grande maioria necessita do serviço médico público. 
Cartilha do SUS
O Ministério da Saúde disponibilizou em seu site uma
cartilha para jornalistas e população em geral.  

O objetivo
da cartilha é reunir informações essenciais sobre o Sistema  Único de Saúde aos jornalistas e demais profissionais
de comunicação que trabalham  na
cobertura de temas que envolvem a saúde pública no Brasil.  

Alguns dados importantes sobre o sistema de saúde no Brasil são
facilmente respondido na cartilha. Veja alguns abaixo:
Qual  a  responsabilidade  do 
governo  municipal  na 
área
de saúde?
•  A  estratégia 
adotada  no  país 
reconhece  o  município 
como  o
principal responsável pela saúde de sua população.
•  A  partir 
do  Pacto  pela 
Saúde,  de  2006, 
o  gestor  municipal
assina  um  termo 
de  compromisso  para 
assumir  integralmente
as ações e serviços de seu território.
•  Os  municípios 
possuem  secretarias  específicas 
para  a  gestão
de saúde.
•  O  gestor 
municipal  deve  aplicar 
recursos  próprios  e  os
repassados pela União e pelo estado.
•  O  município 
formula  suas  próprias 
políticas  de  saúde 
e
também  é  um 
dos  parceiros  para 
a  aplicação  de 
políticas
nacionais e estaduais de saúde.
Conselhos de
fiscalização
Todos  os  estados 
e  municípios  devem 
ter  conselhos  de 
saúde  compostos  por 
representantes  dos  usuários 
do SUS,  dos  prestadores 
de  serviços,  dos 
gestores  e  dos profissionais  de  saúde.  

Os  conselhos  são  fiscais  da aplicação dos recursos públicos em saúde.
Fiscalização da Câmara
Municipal

A Câmara de Vereadores deve  receber  trimestralmente  relatório 
do  gestor  municipal 
para  análise  do 
Conselho  de  Saúde.  

O  texto,  que 
deve  ter  ampla 
divulgação, precisa  conter  as 
informações  sobre  os recursos  disponíveis  e  os  aplicados,  auditorias  concluídas  ou 
iniciadas  e  dados 
sobre  a  oferta  e 
produção  de  serviços 
na  rede  assistencial 
própria,  contratada  ou  conveniada.  

As 
câmaras  municipais  também 
recebem notificação  do  Fundo 
Nacional  de  Saúde 
(FNS),  quando  há 
recurso  liberado  para 
os  municípios.

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