Artigo: Pobre nordeste goiano, quanta enganação!


Por Jefferson Victor de Souza, 
À medida que se aproxima o período eleitoral, somos bombardeados com uma infinidade de promessas que,  a uns leva esperança, e  a outros leva a indignação de mais uma vez  ouvir absurdos  infundados  que normalmente  resultam em  ilusão.


Quem viaja ao sul  de Goiás tem a impressão de estar atravessando outro estado, as paisagens e cenários econômicos em nada lembram a nossa esquecida região, a qual só é evidenciada a cada quatro anos por ocasião do período eleitoral.


Triste povo do nordeste de Goiás, quanta ingenuidade de nossa gente. 

Eu presenciei um candidato a governador dizer aqui em Campos Belos,  que o seu partido  em 16 anos, trouxe 1.220 indústrias para gerar empregos no estado de Goiás, e nossa gente inocentemente bateu palmas para aquele candidato. 

Quanta ironia por parte daquele cidadão. Primeiro porque  eles não trouxeram este número exorbitante, e segundo que, se isso fosse verdade, quantas vieram para o Nordeste Goiano? Nenhuma, absolutamente nada , e nossa gente despercebidamente aplaudiu com entusiasmo aquela mentira infame.


Chega outro já empossado governador, reúne o prefeito e uma multidão esperançosa, em busca de noticias de melhorias para nossa cidade e região. 
Ali são proferidas palavras animadoras,  várias ordens de serviços são assinadas,  e o povo como se fosse a comemoração de um gol, aplaude com veemência todas as promessas ali realizadas.


O povo volta feliz para suas casas e comenta com os ausentes: Agora sim, nossa cidade vai ficar um brinco, o governador vai nos encher de obras que revolucionarão a nossa região, é só esperar as firmas chegarem e teremos benefícios e muitos empregos.


Vai embora o governador, e quando o prefeito busca a confirmação das ordens assinadas, dá de cara com um NÃO do governante. 

Ora, Sr. Prefeito, o senhor não é tão inocente assim, sabe que isso faz parte de um jogo político, isso é tática para reeleição. Volta o prefeito sem nada trazer, a não ser uma mala de desilusão, a qual ao ser aberta traz a triste realidade de que o nosso Nordeste Goiano e nossa cidade  mais uma vez foram enganados.

Em outra data chega o mesmo governador e anuncia: A Eletrificação Rural chegou, daqui pra frente vai ser assim: Não vou mais prometer, já virei para anunciar o início das obras. (aplausos exaustivos).

Eu mesmo aplaudi. Continuando seu discurso, o governador  disse:  Ao saírem desta reunião, verão  as carretas que estão lá fora carregadas de postes, é a prova evidente de que estou falando a verdade, as empreiteiras já iniciarão de imediato os trabalhos.


Quanta felicidade estampada nos rostos dos pequenos agricultores que ali estavam. Combinaram  até fazerem uma comemoração, um dá o boi, o outro a cerveja, e os mais exaltados gritavam: Adeus escuridão,  adeus lamparina, lampião e velas, agora vamos poder tomar água gelada e poder guardar nossos perecíveis em freezers e geladeiras. 
E ao sair realmente depararam com as carretas carregadas de postes.


Pouco depois, os aviões do governador e comitiva decolaram, as carretas fizeram o mesmo, sumiram sem deixar rastros e, nunca mais se teve noticia delas.


Passado meses e meses, os pequenos produtores ainda usam  lamparina, lampião e tomam água de pote. Os perecíveis ou são consumidos de imediato ou viram comida de porcos.


Será que isto é a maldição do nordeste?  Os nordestinos se espalharam por todo canto do Brasil, ajudam  a construir cada canto desta nação e quando têm a oportunidade de retornar  ao seu estado, voltam de mãos vazias, trazem em sua bagagem apenas a desilusão e a sensação de tempo perdido.


Pobre Nordeste Goiano, por que é tão esquecido? Será que foi criado algum estatuto que contem alguma cláusula que diz que o progresso não pode se instalar aqui? E nós, povo desta região, o que temos feito para melhorar este cenário? Nada, absolutamente nada.


Quando tentamos levantar a voz e dizer: Aqui não tem lugar para enganador, vem sempre alguém e acaba nos convencendo de que o período das vacas magras já passou, que agora haveremos de acordar em uma nova era, as mudanças  providenciais estão a caminho, pobreza e miséria aqui nunca mais, e lá se vai nosso voto mais uma vez descer pelo ralo.



Vem ai um novo período eleitoral, e o assédio já começou. Tapinhas nas costas, aviões e mais aviões lotados para prestigiar eventos regionais, um sinal evidente de que vem chumbo grosso por aí. Prepare-se para mais uma batalha, e lembre-se que a sua arma é o voto. 


Não gaste sua munição de forma equivocada, valorize seu voto, ele tem o mesmo valor do voto da mais alta autoridade do seu município, estado ou federação.

Pergunte ao candidato quantos anos ele está na política, e o que ele já fez pela nossa região. Pesquise suas respostas, veja onde é o seu reduto eleitoral, e qual é o peso da votação do seu município para a somatória deste candidato. 

Veja se ele na verdade não está buscando apenas pequenas frações que possam somar na busca do seu objetivo. Se você concluir que seu voto é apenas um complemento, procure uma nova opção, busque alguém que possa contribuir de alguma forma para o nosso desenvolvimento.


Vamos conscientizar  que  já tivemos a nossa  cota de besteira, já tivemos a nossa  cota de ilusão, desilusão e de enganação, e que   agora  o nosso  voto vale  milhões e que este preço seja pago  em benefícios para nossa comunidade. 

Os interessados obrigatoriamente deverão   comprovar  que  já contribuíram  com  benefícios  para melhoria de vida de nosso povo,  caso contrário, deverão ser alertados para que  busquem seus  votos nas localidades onde  atuam e contribuem  no desenvolvimento. 

Não é possível que continuemos elegendo candidatos descompromissados com o nosso Nordeste Goiano, senão jamais chegaremos ao desenvolvimento.


“JÁ QUE OS POLÍTICOS NÃO MUDAM O NORDESTE GOIANO, O NORDESTE GOIANO DEVE MUDAR  ESSES POLÍTICOS”

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