Colégio Estadual Maria Regis Valente: um retrato das escolas públicas de um estado que não respeita suas crianças
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Outro dia publicamos que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade de São Domingos de Goiás, juntamente com o de Cavalcante e de Flores, era um dos piores do estado de Goiás.
O município cravou um IDH de 0,597, dados semelhantes aos de países pobres como Iraque (0,590), que acabou de sair de uma guerra, Timor Leste (0,576) e Gana (0,558), na África.
Fiquei quase uma semana pensando em escrever um post sobre os resultados dos baixos IDH do nosso estado. Mas as ideias não fechavam…
Queria saber por exemplo, por que São Domingos tem um IDH tão baixo. quais as causas e motivos? quem seriam os culpados?
Qual seria a parcela de culpa do governo estadual, municipal e federal? qual seria a parcela de culpa da própria comunidade? o que deveria ser melhorado para se sair dessa terrível situação?
Eram muitas as perguntas e poucas as respostas.
Até que recebi um e-mail de um adolescente, estudante do Colégio Estadual Maria Regis Valente, localizado no bairro Vila União, de São Domingos de Goiás.
Uma escola de ensino fundamental e médio e ainda com turmas do EJA (educação de Jovens e Adultos).
Quase não acreditei ao ver as fotos. Recusei-me a acreditar que aquilo se referia à realidade de uma escola do nosso país.
Vamos usar as palavras do estudante:
“Bom Dinomar, eu estudo lá e minha sala fica ao lado do banheiro e o mal cheiro é constante pois tem muita infiltração de urina, e também a escola não oferece uma boa estrutura, pois as salas não são forradas e no chão, o piso já está acabado, os vidros das janelas estão quebrados.
As calçadas da escola oferecem riscos para os alunos, pois estão afundando e quebrando a cada dia que se passa. Bom, dê uma olhadinha nas fotos que vc irá ver a real situação da escola….”
As fotos são terríveis. É de envergonhar qualquer brasileiro.
Por que insistimos em tratar nossas crianças e adolescentes dessa forma?
Qual o futuro que terão estes meninos e meninas com tamanho descaso? que ferramentas estes jovens terão para disputar o mercado do futuro? que tipo de cidadão serão estes garotos daqui a 15, 20 anos?
Não foi à toa que o município de São Domingos amargou apenas 0,457 no IDH específico da ONU para educação. Não era para menos.
É isso que desejamos às futuras gerações de São Domingos? de Flores? de Monte Alegre? de Goiás? do Brasil?
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