PIB dos Municípios Goianos em 2011: Campos Belos cresce pouco e o Comércio salva a economia



Por Eduardo Costa Lucas*,


Foi divulgado pelo governo de Goiás via Instituto Mauro Borges, o PIB (produto interno bruto) dos municípios do estado referente ao ano de 2011. 

Importante salientar que enquanto o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) já informa a breve publicação dos valores de 2012, o governo goiano continua atrasado em mais de um ano em relação àquele.

Segundo a publicação, não houve significativas mudanças no perfil da distribuição da riqueza produzida em Goiás.
Campos Belos

O PIB camposbelense em 2011 alcançou o valor de R$ 139.831.000,00 (cento e trinta e nove milhões oitocentos e trinta e um mil reais). 

Em relação à distribuição da riqueza produzida em Campos Belos, o PIB da cidade demonstra forte concentração e dependência da categoria de Serviços (comércio, transporte, alimentação, ect). 

A agropecuária e a Indústria, em 2011, responderam juntas por apenas 19,5% do que é gerado em Campos Belos, enquanto os serviços responderam por 73%, o restante é completado pelos impostos pagos. 

Em uma análise superficial de tal dado pode-se pensar em duas consequências óbvias: Campos Belos continua com sua vocação comercial crescendo e a dependência a um só ramo da economia pode gerar preocupação em momentos de crise, por exemplo. 

Apenas para comparação, Posse, cidade maior e com um comércio parecido com Campos Belos, tem em seu PIB 58% de participação dos serviços.

Seria aconselhável que o governo municipal, tendo em mãos esses números, incentivasse o incremento dos demais setores da economia da cidade. 

Dois fatores emperram a expansão dos outros segmentos. Campos Belos possui um dos menores municípios do estado. 

Com a área que lhe coube após a emancipação em 1954, o município herdou de Monte Alegre uma estreita faixa de terra que hoje faz parte da divisa com o Tocantins e a Bahia, o que faz com que muitos dos investidores do agronegócio em Campos Belos, tenham suas fazendas, cabeças de gado e plantio, localizados em território de outros municípios, como Arraias, Monte Alegre e Novo Alegre. 

Se fosse feita uma perícia nos postos de atendimento rural do governo goiano em Monte Alegre e do governo tocantinense em Arraias, sem sombra de dúvida, constatar-se-ia que grande parte da movimentação deles advém de produtores de Campos Belos. 

Todavia, isso não seria motivo de baixa participação no total das nossas riquezas se houvesse investimento no setor da agropecuária, lastreado em estudos financiados tanto pelo poder municipal quanto pelos proprietários de bens agrícolas no município camposbelense. 

A falta de aproveitamento dos recursos do município, ainda que pequeno em área, dificulta a expansão desse setor da economia e empurra para outros vizinhos os dados sobre uma riqueza que circula em Campos Belos e que somente pode ser constatada pelo setor de serviços, que compreende, inclusive, as transações bancárias oriundas da agropecuária.

O setor de indústria, mesmo não tendo tradição em Campos Belos, gera quase o dobro do valor da agropecuária. 

Destaque-se que esse segmento compreende também as pequenas indústrias que transformam bens primários. 

O que mais emperra esse segmento é a precariedade da infraestrutura. Uma rede de distribuição elétrica débil e estradas ruins, por exemplo, desmotivam qualquer indústria que deseje instalar-se na cidade.

É no comércio e demais serviços, indubitavelmente, que se encontra a riqueza de Campos Belos, fortemente concentrada na sede municipal, a cidade propriamente dita em, detrimento da zona rural. 

E essa tem crescido a passos largos ao longo dos anos. Basta uma rápida olhada pela cidade para que qualquer visitante fique impressionado com o tamanho da movimentação comercial dessa cidade de aproximadamente 20 mil habitantes. 

E o mérito maior dessa geração de riquezas vem dos investidores privados que em seus estabelecimentos fazem movimentar a economia dessa cidade pólo goiana. 

O valor do nosso comércio chegou em 2011 a 102 milhões de reais e com certeza será maior nos próximos anos quando se computar o incrível movimento que as mineradoras trouxeram ao cenário local. 

A construção civil, por exemplo, gerou filas de espera para aquisição de materiais de construção, chegou a faltar mão-de-obra para esse fim. 

O número de Campos Belos com carro ou moto subiu muito e as transações financeiras na cidade foram aumentadas com a chegada de mais uma agência bancária, a Caixa Econômica, importante financiadora de imóveis. O PIB de 2012 em Campos Belos promete.

Luiz Eduardo é advogado trabalhista em Brasília

Deixe um comentário