Agrotóxico pode ser causa da morte de milhares de abelhas em S. João D’Aliança

A Associação dos Apicultores
do Vale do Paranã, Município de São João D’Aliança é uma das entidades que mais
produzem mel na região nordeste de Goiás. Aplicação de agrotóxico por
avião pode ser a causa das mortes.



Por Evônio Madureira, 


O uso irregular de agrotóxico pode ser o responsável pela morte de milhares de abelhas no Assentamento Santa Maria, município de São João D’Aliança (GO), uma das cidades que mais produzem mel no nordeste goiano. 


Moacir Gomes do Rosado,  presidente da Associação dos Apicultores do Vale do Paranã, que também e criador, viu a produção do apiário cair cerca de 70% depois que aviões começaram a pulverizar inseticida nas lavouras de soja e milho que fica perto da propriedade dele.


No apiário do produtor, milhares de abelhas usadas na produção de mel apareceram mortas pelo chão. A situação deixou os apicultores preocupados, que começou a enfrentar o problema no ano passado, mas agora os prejuízos aumentaram.


A produção total dos apiários era de duas toneladas e meia de mel por ano, em média. Para 2015 ele espera uma queda de 30% ou mais na produção por causa da morte das abelhas.


Moacir Rosado não sabe o que fazer já que numa safra futura as colméias podem nem mais existir. São 169 famílias e 27 apicultores que dependem da produção do mel para subsistência das famílias assentadas. 


O assentamento fica perto das lavouras de Soja, Milho e Sorgo onde aviões pulverizam agrotóxicos. Ele acredita que foram os produtos aplicados na lavoura que causaram a morte das abelhas. “Eu vim visitar o apiário e achei esse monte de abelha morta. 


Fui para a fazenda e me falaram que alguns dias antes passaram veneno com avião nas plantações vizinhas. E se passa o veneno com o avião pega todos os insetos abaixo. Moacir é apicultor há 16 anos e não pretende parar agora porque causa de veneno. 


Espera que as autoridades investiguem o caso e faça perícias nas plantações e no apiário. 


Moacir Rosado explica que dependendo da maneira como são aplicados, os produtos podem exterminar abelhas e outros insetos que não são nocivos à lavoura. 


“A aplicação de defensivo tem sempre um alvo, e a aplicação aérea é para uma área determinada, agora os ventos podem levar esse veneno para um raio de até um quilômetro de distância e levar problemas para outras lavouras, como laranja ou mortalidade de insetos que não estavam planejados”, diz o apicultor.

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